Uma das melhores djs nacionais, Miss Sheila, dominou na capital do nordeste onde derreteu o gelo da pista de dança do Mercado Club como só ela sabe ao som do seu Tech House inconfundível que eleva como ninguém o party people.
Mais uma edição do Resonance tomou de assalto Bragança. Com Miss Sheila como cabeça de cartaz as expetativas eram muitas e como seria de esperar não saíram defraudadas. O único senão, o facto de ter apenas tocado durante, sensivelmente, hora e meia. A acompanhar uma das melhores djs nacionais, que corre as pistas de dança de lés-a-lés e que leva ao estrangeiro o bom nome de Portugal, estiveram os djs Sauzi, Rekorder e Charlex.
Já na sua sétima edição, o principal responsável pela organização deste evento recorda como tudo começou. “Senti que havia aqui em Bragança uma necessidade por música eletrónica e acabámos por fazer a primeira festa numa de experimentar e como correu bem decidimos continuar. As seguintes foram ainda melhores e então não mais parámos. E voltamos cá hoje voltaremos brevemente”, desenvolveu Tadeu Henrique, de 25 anos. Apesar de sentir a necessidade do público brigantino por este tipo de música eletrónica, o jovem natural de Guimarães, que já estudou no Instituto Politécnico de Bragança, admite que algumas pessoas possam não vir a estas festas por pensarem que o tipo de música ou o tipo de ambiente é demasiado underground. “Sentimos que algum público acaba por não vir porque pensa que é pesado, pensa que é barulho, mas não, isto é cultura musical. As nossas festas são cultura”, elucida, prometendo regressar à capital nordestina já no início de 2018, para “começar o próximo ano em grande”.
Entre os nomes mais sonantes que já passaram pelo Resonance, encontram-se djs como Marco Faraone, Ivan Pica, Fauvrelle, Danny Serrano e, nesta última edição, a camaleónica Miss Sheila, entre muitos outros que conduziram as hostes brigantinas ao rubro durante os últimos dois anos e meio. E um dos maiores parceiros nesta aventura em género de aposta tem sido a casa-mãe, o Mercado Club.
“Isto é, de certa forma, algo inovador, apesar de ser uma batalha que já tem vindo a decorrer há alguns anos, tentamos sempre proporcionar todos os géneros musicais ao público brigantino, mas sempre com o intuito de estarmos recetivos a novas sonoridades e, neste caso concreto, a algo mais underground”, esclareceu o atual gerente do Mercado Club, Bruno Fernandes aka Von Ribera.
Na opinião do também dj, “esta parceria com a Resonance veio mesmo a esse propósito, o de tentar agradar àquele nicho de mercado que, de facto, tem esta preferência musical mais inclinada para o techno, o que acaba por proporcionar a Bragança outra visibilidade e outra abertura no que diz respeito a estilos musicais”.
Questionado sobre se faria sentido fazer este tipo de festas house ou techno mais frequentemente, Bruno Fernandes é perentório em afirmar que “isso já aconteceu. Contudo, Bragança não deixa de ser um meio pequeno e a nossa população nem sempre permite essa filosofia que nós, por vezes, procuramos implementar”. No entanto, o anfitrião deixa a porta da casa que dirige aberta e num convite extensível a todos os interessados, informa que “novas parcerias serão sempre bem-vindas”.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
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