segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Apela-se a uma limpeza de terrenos feita em consciência

A limpeza dos terrenos não deve ser só uma questão de lei, mas sim de consciência.
Esta é a opinião de Fernando Oliveira, Engenheiro Florestal e colaborador da Associação dos Produtores Agroflorestais da Terra Quente (AGRIARBOL) que alerta para a importância dessa limpeza a vários níveis.

“Entre o ter e o dever, existe uma margem de bom senso.

A limpeza de terrenos transcende a questão da obrigatoriedade da gestão de combustível.

Por exemplo, uma propriedade no interior de uma localidade, desligada de qualquer perímetro florestal, pode não estar sobre a obrigação de ser limpa a nível da lei dos fogos mas, se acumular lixo e constituir um tipo de risco sanitário, deve ser limpa para não causar problemas de saúde pública.”

Uma recomendação deixada este domingo à população, durante uma ação de sensibilização sobre limpeza de terrenos que aconteceu na aldeia de Arcas, Macedo de Cavaleiros, por ocasião da XV edição da Rural Arcas, uma das feiras locais mais antigas do concelho.

Uma forma importante para informar a população, principalmente a mais idosa, a quem a os avisos presente na internet nem sempre chegam, considera ainda o engenheiro florestal.

“A informação está veiculada na internet, nas instituições locais, Câmaras e Polícia. Mas a lei é muito diferente. Estamos a falar de uma população rural e envelhecida, que não tem muitos hábitos de leitura, e, como tal, estes eventos são muito importantes para o esclarecimento da população para este assunto que está na ordem do dia.”

Quanto ao certame, foram três dias dedicados à venda de produtos, do regional ao mais modero e de vários pontos de Portugal.

“Viemos do Algarve, de Quarteira, e somos uma equipa de animação proporciona experiências às pessoas com passarinhos, com os quais elas podem tirar fotografias depois adquirir e levar para casa uma recordação para o resto da vida. É o primeiro ano que estamos cá, está a correr bem e as pessoas gostam.”

“Venho de Lamas de Orelhão, Mirandela. Trago para vender queijos de cabra e ovelha, presunto, salpicão e chouriças. 

A feira está a correr bem mas, para nós que vendemos, queremos sempre mais gente mas as pessoas que estão têm gostado e provado os produtos.”

“Sou daqui da aldeia de Arcas, já participo nesta festa desde ela começou. Aqui vendo licores, folar, alcaparras, azeitonas, presunto, queijos, bolas, rosquilhas, azeite.

No sábado vendi o fumeiro e os folares todos que trouxe.”

“Venho de Mirandela, tragado peças de artesanato em madeira, como mealheiros, quebra-nozes, os banquinhos tradicionais aqui da região, tudo feito pelo meu marido. Trago ainda panos, rendas e bordados feitos por mim. Vai-se sempre vendendo umas peças nesta feira.”

E encontramos até quem tenha escolhido a feira da terra para experimentar uma nova ideia de negócio. É o caso de Joana Machado.

“É a primeira vez que participo, decidi fazê-lo com alguns produtos artesanais, cá da terra, o que acaba por ser uma forma de promover e apresentar algo novo à população, fazendo também aqui uma experiência para este negócio.

Ainda é uma novidade para mim e para quem vem, mas as pessoas ficam surpreendidas com alguns produtos novos, como é o caso do grão-de-bico assado no forno e granolas artesanais feitas em casa.

Pode-se dizer que é um negócio que está agora a nascer.”

Um certame que tem vindo a crescer de ano para ano, como avança o presidente daquela junta de freguesia, José Jecas.

“Este ano estamos na 15ª edição, temos connosco cerca de 25 expositores, vindos de várias localidades, mas a maioria ainda é da nossa freguesia, e que aproveitam para expor os produtos que fabricam na aldeia.

No sábado houve uma montaria, que contou com cerca de 160 caçadores, na qual foram abatidos 12 javalis. O número de pessoas tem vindo a aumentar e isso já se notou este ano.”

Este ano, a feira começou na sexta-feira, um dia antes do habitual, com uma matança do porco à moda antiga.

Escrito por ONDA LIVRE

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