terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Dizeres e Ditos na Carta Gastronómica de Bragança

Maria da Glória Rufino
Sr.ª Dona Maria da Glória Rufino85 anos, vive em Rossas. Era a vida que tínhamos. Só quando a vida melhorou é que vimos a vida que tivemos. Vimos o que tínhamos perdido. Quando se casou?
Sei lá! Mas nesse dia comeu um bocado de cordeiro com batatas assadas, e uns bolitos, bolo de água.
Nos tempos difíceis não havia folar. Era assim no tempo da Avó e da Mãe, nem pão tinham com fartura. Não havia que comer.
Não havia manteiga e queijo. As torradas eram de pingo. Existiam casas divididas com tabuinhas e caroços de milho a tapar os buracos.
O polvo chegava na época do Natal através do comboio, vinha em cestos de canas.
Rijava-se carne e aproveitava-se a gordura.
Cuscos só os comiam quem os fazia. Os cuscos substituíam o arroz que era muito mais caro. Os míscaros maus quando se lhes cortava um bocadinho ficavam roxos. Havia pessoas que cultivavam batatas de semente.
Existiam silos para as guardar.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

Sem comentários:

Enviar um comentário