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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

VALE DE ASNES - Freguesias do Concelho de Mirandela

VALE DE ASNES é uma freguesia de nome bem típico, que dista cerca de 15 quilómetros, para ESSE de Mirandela, na margem esquerda do Tua. O Orago é S. Pedro, e era Curato da apresentação do reitor de Bornes. Fica num Vale das fraldas do antigo Monte Mel (Serra de Bornes). O seu nome aparece designado por "Vallis de Asinis" nas Inquirições de 1258. Cedães, que lhe fica próximo, seria um nome que indica "Villa" rústica pós romana. Fazia parte da terra Suévo Visigótica de "Pagani" chamada Letera, mas no inicio da nossa nacionalidade subdividida em 3 julgados: Lamas de Orelhão ao SW Torre de D. Chama ao Norte e Mirandela a SE. Incluía se neste último, embora ligada à Terra de Lampaças pela Paróquia de Santa Maria de Bornes. Esta era uma Igreja anterior a D. Afonso Henriques e os homens de Vale de Asnes eram seus fregueses.
É povoada desde muito antes do século XII. No entanto, o território da freguesia é de instituição posterior ao século XIV administrativamente. Basta a sua toponímia para se verificar que assim era. A Coroa era sua donatária. Chegou a ser concelho. Cabeça de um Couto e Vila, recebeu Foral de D. Manuel I em 11 7 1514: "Foral de Vale de Asnes da Ordeni de S. João" (Hospital ou Malta). Nas inquirições de 1258, no Julgado de Mirandela, citam se villas "reguengas de Caravelas, Cedainhos, Frechas e Vale de Asnes" como sendo de Nuno Martins de Chacim. O seu concelho esteve incluído no de Cortiços até 31 12 1853, passando depois para o de Macedo de Cavaleiros.
Em 15 11 1871 é transferida para o de Mirandela. A paróquia parece ter sido criada pela abadia de santa Maria de Borres depois do século XV ficando com Igreja Parioquial a ermida de S. Pedro de que não se sabe a fundação. O Cadastro de 1527 diz: "O Concelho de Vale de Asnes é concelho chão, sem cerca nem castelo; tem forca e picota: e é d'El Rei N.° S.° com toda a jurisdição. Só tem aquele lugar com 44 fogos, meia légua de comprido e outra meia de largo, partindo com os termos de Bragança, Mirandela e Cortiços". Reparemos agora nos dados sócio económicos de 1796, em que Vale de Asnes tinha: 170 homens, 192 mulheres, 1 eclesiástico, 6 pessoas sem ocupação, 25 lavradores, 6 jornaleiros, 1 alfaiate, 2 sapateiros, 1 pedreiro, 1 ferreiro, 4 criados e 2 criadas. A 2 de Outubro de 1879 passou a ter escola primária. Em 1960 tinha 3 mercearias, 1 professor e 3 proprietários abastados. A sua população em 1950 era de 646 habitantes, sendo 336 do sexo masculino e 310 do feminino.
Em 1991 tinha 485 e em 2001 412, sendo 202 do sexo masculino. Quase todos trabalham na agricultura de forma tradicional, embora já haja meia dúzia de máquinas agrícolas mais modernas. Usam os carros de bois mas puxados por muares, pois o gado bovino já acabou por ali. Têm produções abundantes de: batata, feijão, cebolas, frutas, azeite e vinho. Tinha 2 rebanhos de ovelhas e outros tantos de cabras em 1995. E ainda havia ferrador, fornos de cozer o pão a particulares, e 4 lagares de azeite, mas só um é que trabalhava. Já possuíam água domiciliária, esgotos, recolha de lixo, campo de futebol, 2 comércios, 2 barbeiros, 2 carpinteiro e 3 negociantes. A nível de ensino, têm um infantário, 2 salas de escola primária e telescola.
Vale de Asnes tem uma rua principal que da capela de S. Roque, lá no cimo junto da estrada que vai para Bornes e para o cruzamento do Mouco que liga para Macedo e para Alfândega, desce pelo meio da povoação até ao Ribeiro do Fundo do Povo. É nessa encosta que se distribuem as habitações lateralmente à dita rua. A Igreja é em granito, horizontal, torre sineira central com 2 sinos que têm a data de 1914. O adro é limitado por muros em cujas esquinas estão algumas pedras esculpidas e trabalhadas do antigo Pelourinho, que se situava um pouco mais abaixo, no lugar chamado Sítio do Pelourinho.
O Largo da Igreja, a Praça, a Rua da Escola que antigamente se chamava Gricha, a Casa do Povo, o cemitério, a capela de N.ª Sr.ª de Fátima, são bem representativos da povoação. Bem como a Fonte da Praça, da Gricha e da Regueiradas (esta na estrada), ou a lembrança dos moinhos no ribeiro. O Fundo do Povo é chamado Fundo da Vila, em referência ao seu passado de concelho. Ali havia uma ponte de madeira sobre o ribeiro, que as invernias destruíram há mais de 20 anos.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.

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