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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

O ZÉ E O SALÁRIO MÍNIMO

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Não sei se já vos falei do Zé. Conheci-o desde menino, dos bancos do liceu.
Pois, esta semana, ao dar uma volta pela baixa, encontrei-o, sobraçando o “ Notícias”. Jornal que adquire desde o tempo em que era funcionário público. Hábito que ainda mantém, apesar da reforma ir minguando…
Após as formalísticas frases sobre o tempo, e a descrição pormenorizada dos achaques, que o atormentam, saiu-se com esta:
- “ Sabes que somos o país do salário mínimo! “
- “Salário mínimo!?” – Repeti, sem compreender onde queria chegar, com “ salário mínimo”.
Mas logo fiquei esclarecido:
O Zé almoçara com amigos, que lamentaram não terem sido aumentados…
Argumentei, contradizendo-o: houve pequeno aumento, para todos…Mas o Zé, voltando-se para mim, com expressão de riso, declarou enfaticamente:
-” Só se foi para ti. Eu, com os cortes que sofri, ganho, agora, com o “ aumento”, pouco mais que usufruía em 2009! … Dez anos a perderem poder de compra!”…
Devo esclarecer os leitores, que vivem no estrangeiro, que em Portugal, não se ganha: um, dois…três ou mais salários mínimos, como acontece em alguns países. Se assim fosse, todos ganhariam…
Tentei acalmar o “nervosismo” do Zé, esclarecendo-o: com o nível de vida a subir (em parte devido ao turismo,) e a inflação desgastante, se não se aumentar o salário mínimo, grande parte da população morreria de fome.
E é justiça premente, socorrer os que auferem baixas pensões ou baixos vencimentos. Seria aberrante não o fazer. Pena é que não seja, possível fazer o mesmo a todos, para compensar o período que sofreram durante os anos das “vacas magras”.
Depois de o ter convidado para tomar um cafezinho, abrandou sua indignação, compreendendo, por fim, a atitude generosa do governo:
- “ Eu sei que: “ Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. - Concluiu o meu amigo. - Já os antigos diziam…
Regressei a casa a pensar no que ouvi; e recordei: que em dez anos, desde 2008 a 2018 (inclusive), recebi o substancial aumento de vinte euros! Não é nada mau!: Dois euros por ano! …Considero-me um homem de sorte!…


Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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