O Festival de Teatro Vinte e Sete arranca na quarta-feira, em Bragança e Vila Real, e, durante um mês, apresenta dez peças, incluindo diferentes abordagens de obras clássicas como “D. Quixote”, “Hamlet” e “Oresteia”, anunciou hoje a organização.
O Vinte e Sete arranca no Dia Mundial do Teatro, que se assinala a 27 de março, prolonga-se até 27 de abril e é uma organização conjunta entre os teatros municipais de Bragança e Vila Real.
Segundo informou a organização, neste ciclo de um mês dedicado à produção teatral portuguesa vão ser apresentadas dez peças de companhias nacionais, num total de 15 sessões.
O festival arranca em Bragança, com a peça "A criada Zerlina”, a partir de Hermann Broch, encenada por João Botelho e interpretada por Luísa Cruz.
Em Vila Real, o Vinte e Sete começa com “À espera de Beckett ou Quaquaquaqua”, com texto e encenação de Jorge Louraço, que opera um cruzamento entre a memória do cinema popular português dos anos de 1940 e a estreia de "À Espera de Godot" em Portugal, em 1959, pela companhia de Ribeirinho (ator de “O Pai Tirano”, entre outras comédias clássicas).
Também na quarta-feira, realiza-se uma oficina de escrita dramatúrgica, orientada por Jorge Louraço, ator, encenador, dramaturgo e, durante doze anos, crítico de teatro no jornal Público.
No dia 06 de abril, é apresentada a “Peça para duas personagens”, inspirado na obra de Tennessee Williams, traduzida por Jacinto Lucas Pires, com encenação de Ivo Alexandre.
Segundo a organização, a personagem D. Quixote, de Cervantes, vai ser invocada na releitura do dramaturgo português do século XVIII António José da Silva.
“Vida do grande D. Quixote de La Mancha e do gordo Sancho Pança” é uma encenação de Kuniaki Ida para o Teatro do Bolhão, com um elenco liderado por António Capelo.
Associado a este espetáculo, é organizado o 'workshop' "Teatro Português - de Gil Vicente a António José da Silva", também orientado por António Capelo.
A Companhia Chapitô leva “Hamlet”, uma “inadaptação a partir do texto de William Shakespeare”, a Bragança.
Por sua vez, a trilogia trágica “Oresteia”, uma das obras primas de Ésquilo, faz parte do festival, numa versão dramatúrgica de Miguel Castro Caldas, dirigida por Tónan Quito, com música e participação ao vivo dos Dead Combo.
Depois, de acordo com a organização, a dramaturgia contemporânea entra no festival com a peça "Ter razão" que, “de forma inédita”, reúne em palco as companhias Ensemble e Palmilha Dentada.
Este espetáculo tem texto de Ricardo Alves, junta atores das duas companhias e é “uma provocação, um divertimento sério sobre as pessoas e o seu quotidiano”.
Para o público infantil é feita uma introdução à "Odisseia", de Homero, com o espetáculo "Ver a Odisseia para chegar a Ítaca", com uma sessão para escolas e uma outra para famílias.
O Vinte e Sete dá também o arranque à programação do Teatro de Vila Real para o segundo trimestre de 2019, que prevê cerca de 50 eventos entre abril e junho, nas várias artes performativas, entre programação própria e apoio a agentes culturais da região.
in:diariodetrasosmontes
com Agência Lusa
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