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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 29 de março de 2019

Caso da derrocada das casas junto ao LIDL chega a julgamento (Mirandela)

Cinco anos depois de um deslizamento de terras ter danificado várias habitações, o caso chega agora a tribunal. Proprietários querem responsabilizar o Município e pretendem ser indemnizadas por todos os danos causados.
Começou, esta semana, no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Mirandela, o julgamento do caso do deslizamento de terras, ocorrido, a 4 de Janeiro de 2014, no loteamento Retiro da Princesa, que provocou uma derrocada de muros de suporte e danificou estruturas de três vivendas bi-familiares, obrigando cinco famílias a abandonar, até hoje, as habitações por razões de segurança.

As famílias pretendem que a autarquia seja obrigada a recolocar a segurança definitiva dos imóveis e habitações próximas, com a reconstrução dos muros de suporte. Depois de apuradas as responsabilidades pretendem ser indemnizadas por todos os danos causados

As famílias decidiram avançar com esta acção, tendo em conta que o mesmo TAF de Mirandela, em Junho de 2014, já tinha condenado a autarquia, na altura liderada por António Branco - no âmbito de uma providência cautelar - a realizar, “a monitorização das estruturas e do talude para verificar se os movimentos estão ou não estabilizados e a elaboração e execução de um plano de intervenção temporária, de modo a evitar o desabamento dos edifícios e de acordo com os resultados do estudo feito”, referia o acórdão.

O não cumprimento desta deliberação, por parte do Município, levou os particulares a instaurar, em Abril de 2015, uma acção executiva para exigir o cumprimento da decisão judicial.

Só no início de 2016, a câmara avançou com uma intervenção, com base num relatório do Instituto da Construção da Faculdade de Engenharia do Porto, que revelou a insegurança dos edifícios.

No entanto, após a intervenção, aquele instituto entendeu que a obra não garantia a segurança das casas, ao ter sido colocada apenas “uma rampa não compactada, com a deposição de aterro e com sobreposição de pedras laterais, que não resolve e que continuava a colocar em perigo a família que está na habitação que se encontra no patamar inferior”, adiantava o relatório.

Esta situação, levou o TAF de Mirandela, em Janeiro de 2018, a condenar o Município de Mirandela, já liderado por Júlia Rodrigues, à realização de obras no prazo máximo de 120 dias que garantam a segurança dos edifícios. Mesmo depois desta condenação, o actual executivo, nada fez e o caso segue agora na barra do tribunal. A primeira sessão do julgamento, aconteceu, na passada terça-feira, mas já tem mais duas sessões agendadas para o mês de Abril.

Refira-se que, um mês depois da derrocada, em 2014, a avaliação técnica que a Câmara Municipal de Mirandela solicitou ao laboratório de materiais e solo da Universidade de Trás‐os‐Montes e Alto Douro, apontava como causas prováveis do escorregamento de terras, a progressiva deterioração dos materiais do talude, revelada pelas fissuras nas estruturas que foram repetidamente reparadas. “Esta deterioração deveria ter sido prevista, estudada e objecto de medidas que impedissem que a situação evoluísse para o colapso”, referia o relatório, que também apontava o dedo às estruturas de contenção, que aparentavam “ter sido construídas com deficientes fundações, dado que não existe, sequer, desenhos de projecto relativos a um dos lotes em causa”.

Escrito por Rádio Terra Quente 
Foto: Rádio Terra Quente 

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