Machado Leite, do conselho directivo do Laboratório Nacional de Energia e Geologia, considera que os recursos existentes só podem ser extraídos se a actividade for sustentável e nesse aspecto considera a jazida de ferro de Torre de Moncorvo um caso paradigmático. “As minas de Moncorvo são um exemplo claro disso. É uma grande reserva mineral, mas que não tem sido explorada, foi muito escassamente, em domínios experimentais, eu diria. O ferro de Moncorvo tem de ser competitivo numa escala mundial ou Europeia da siderurgia. É um potencial de riqueza e tem de ser desenvolvida, e esse desenvolvimento depende de muitos factores da economia”, afirmou.
Entre os factores que impedem que a exploração seja considerada sustentável, segundo o membro do LNEG, estão as acessibilidades e a logística. “Tem o problema da localização, do transporte do minério dali para o mercado. Ou se fosse valorizado a nível superior de qualidade teria de se trazer outas matérias-primas para Moncorvo para misturar com o minério de ferro”, frisou.
Para além do ferro, também a exploração de lítio, utilizado no fabrico de baterias de telemóveis e carros eléctricos, ainda não avançou em Montalegre, sendo Trás-os-Montes a região com mais recursos de lítio do país, segundo os especialistas.
Para o professor do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Carlos Balsa, é preciso uma estratégia económica para valorizar as potencialidades geológicas e hídricas da região transmontana. “O potencial existe, mas o problema é que não depende só dos agentes locais, mas também de uma estratégia nacional e europeia. Por aquilo que me parece, não tem sido prioritária a exploração dos nossos recursos naturais desde que entramos na comunidade europeia”, defendeu o especialista em engenharia de minas.
Os recursos hídricos e geológicos de Trás-os-Montes e Alto Douro foram identificados num livro pelo IPB.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
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