(colaborador do "Memórias...e outras coisas..")
São Paulo - Brasil
INTRODUÇÃO: anquanto este caipira brasileiro bai cuntando sues stórias i sprimindo sues mimórias, atrabeç de l blog de l'eiminente Anrique Martines, el aprobeita para daprender un pouco de l Mirandés, segunda léngua oufecial de Pertual, a la qual chegou atrabeç de l'obra d'amadeu Ferreira. Agradeço a todos ls strasmuntanos qu'aceitáren essa antromisson an sue léngua i mentindo, inda que tenga licença poética para fazé-lo, pus se l fago, ye porque you adoro. Diretamente de l miu recanto solitairo, you passo ls dies screbendo. Penso na luita de quien se liebanta cedo para trabalhar; i you eiqui, remoendo possibelidades de cousas la séren feitas.
Agradeço aos escritores transmontanos, tais como António P. Torrão, S. Potêncio, Manuel Amaro e tantos outros, que me fizeram ser ousado e tentar imitá-los.
Peço a benção a todos eles, como a Miguel Torga, Amadeu Ferreira e a todos os articulistas do M.O.C..
San Paulo, Brasil, 29 de márcio de l'anho de la grácia de 2019.
You talbeç stubisse squecido de l'oucasion iba star an quei sonhei star a biber an Trás-los-Montes. L'anho era 1970. Amparaba la parentena a cuidar de las almendreiras i de los oulibales, acolhá de l'houmilde huorta, la la borda de la nuossa casa de l'aldé de la bila Passa-Tiempo.
Lhembro los antruidos i la fiesta de Binhais, a poder de los diabros a cuidar de la cidade, até que nós, ls rapazes, queimássemos la muorte, librando la populaçon de la persença de l diabo, i liberando achegada de la primabera.
Las tabafeias ne l fumeiro stában cun stoque reduzido, to la charcutarie percisaba ser refeita, mas tamien tínhamos de plantar l trigo, cuidar de las castanheiras, alimentar ls animales, anclusibe l ganado bacun i ls muares.
Nun anstante, acuordo an miu quarto, an San Paulo, Brasil. Tento çfrençar dous mundos çtintos. Yá nun sou l garoto cun gorra a la cabeça. Sou quaije un ancion, mas la suidade d'algo que nunca conhecemos tamien se faç persente. Saúdo l pobo strasmuntano cun este testo. Peço que resistan a las adbersidades. Sinto suidades de bós. Até un die!
Estimado amigo António.
ResponderEliminarPenso que posso, em nome de todos os Transmontanos, agradecer-lhe penhoradamente a estima e atenção que tem por estas gentes.
Muito obrigado pelo carinho que revela em cada palavra.
É uma honra tê-lo como amigo.
Grande abraço para o outro lado do Atlântico.
Henrique Martins
Este brasuca agradece as palavras do iminente Henrique Martins, assim, como já dito no texto em epígrafe, e a todos os colaboradores do MOC que me fizeram gostar de vocês. Peço ainda desculpas ao Silvino Potêncio (que mora aqui no Brasil),por mencionar errado seu nome como C. Potêncio; quando o correto seria S. Potêncio).
ResponderEliminarLamento que não possa ir conhecer pessoalmente Bragança e demais cidades de Trás-os-Montes,pois uma aposentadoria (reforma), de parcos recursos e sete anos sem trabalho remunerado me deixam à margem das pessoas que podem viajar. Meu avô materno, Dario Couto Costa era de Faro; meu avô substituto (e postiço),Manoel Affonso, (casado em segunda núpcias com minha avó viúva)era de Coimbra. Minha vida toda quis conhecer Portugal.
Lembrando que estamos no início do outono aqui em São Paulo, Brasil; lembro também que minha vida também está no outono. Os pequenos riachos e rios que adentrei em criança,já não são mais os mesmos. Tão longa é a distância do mar, desde a fazenda em que morava em criança, que as águas que ali me banharam, já chegaram ao mar. Estou descendo a encosta da montanha da vida. O céu, que entendia estivesse apoiada nas montanhas do Vale do Pântano,onde nasci, ficam cada vez mais longe de minhas mãos: se minhas mãos de criança acreditava que podia tocar no céu, minhas mãos de velho sabem que não se pode tocá-lo. Aprendi que posso tocar no coração das pessoas escrevendo; já tocar o céu é muito mais difícil.Aqui em Pindorama, como nas "Terras Altas", houve um êxodo do campo. Aqui, os grandes monopólios fazem com que apenas grandes fazendas continuem produzindo,usando máquinas de limpeza de terreno, aragem, plantio,carpa e colheita. Os pequenos fazendeiros (sitiantes), que trabalham de enxada à mão, foice e ancinho, continuam lá no campo; pobres e solitários, tal e qual o nobre povo transmontano. Daí a necessidade que tenho de escrever e pesquisar o modo de falar destes caipiras, afinal sou um deles!
Agradeço a Deus por tê-los como irmãos e por ter tido o privilégio de conhecê-los, ainda que virtualmente!
Uma abraço brasuca a todos. Grato por deixarem que eu publicasse o texto em Mirandês!