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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

CONTO DO ZÉ PEQUENO E ZÉ GRANDE

Era uma vez dois irmãos: O Zé Pequeno e Zé Grande. O Zé Grande, um dia, saiu de casa e foi servir. Encontrou um patrão e justou-se.
O patrão disse-lhe:
- O primeiro que se negar até cantar o cuco, tira-se-lhe uma correia das costas.
Justou-se com ele.
O patrão diz-lhe:
- Vais buscar um carro de lenha da mais torta que houver.
Ele foi e não a encontrou. No outro dia mandou-o a buscar lenha da mais direita que houvesse; não a encontrou.
O patrão diz-lhe: - Estás arrependido?
- O criado disse que sim.
Então o patrão tirou-lhe uma correia das costas e mandou-o embora. Chegou a casa chorando. Contou o que se tinha passado.
O Zé Pequeno disse:
- Agora vou eu e hei-de trazer duas correias, a tua e a dele.
Assim foi. Bateu à porta do patrão e disse:
- Não querem para aqui criados?
- Nós tivemos cá um. Não se aguentou até cantar o cuco, e foi-se embora.
O Zé Pequeno disse:
- Mas eu sou capaz de me aguentar até cantar o cuco.
O patrão justou-o e disse-lhe:
- O primeiro que se negar até cantar o cuco tira-se-Ihe uma correia das costas.
O Zé Pequeno disse: - Está bem.
Mandou-o jungir os bois, pô-los ao carro, e ir buscar lenha da mais torta que houvesse.
Foi à vinha, cortou cepas e levou-as para casa.
Diz- -lhe: - Já está arrependido?
O patrão já estava, mas disse que não. Mandou-o buscar lenha da mais direita que houvesse. Foi ao pinhal, cortou pinhos dos mais direitos e levou-os para casa.
Perguntou-lhe:
- Já está arrependido?
O patrão dizia que não. Como ele era capaz de fazer tudo, um dia, mandou-o para o lameiro com as vacas. Mandou a mulher a pôr-se na ponta dum carvalho a cantar como o cuco, a ver se ele se arrependia. Ele ouviu. Foi a casa do patrão, que era caçador, pediu-lhe a espingarda para matar a cuca que cantava no carvalho. Ele foi e matou a mulher. Veio para casa e disse:
- Já está arrependido, patrão?
Ele disse: - Ah ladrão que me mataste a mulher. O patrão arrependeu-se.
Então o Zé Pequeno disse:
- Vou tirar-te duas correias das costas. Uma para mim e outro do meu irmão e assim acabou a história do Zé Pequeno e do Zé Grande.

RECOLHA (1985) de Fernando dos Santos Esteves, Saldanha – Mogadouro.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

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