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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Rui Anahory – Homenagem ao Lavrador (2001)

Na Rotunda das Forças Armadas ergue-se o conjunto escultórico de Homenagem ao Lavrador, também designado por Monumento ao Agricultor Bragançano e à Raça Bovina Mirandesa, da autoria do escultor Rui Anahory (Rui Manuel Anahory dos Santos).

Rui Anahory, licenciado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (1979), e mais tarde docente no Departamento de Escultura da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, participou em inúmeras exposições nacionais e estrangeiras, tendo uma obra altamente credenciada.
Em 10 de agosto de 1998, foi apresentada pelo Presidente da Autarquia, em reunião de Câmara, uma proposta, que seria aprovada por unanimidade, para a execução de um Monumento ao Agricultor Bragançano e à Raça Bovina Mirandesa (também conhecido pelo nome de Chega de Bois), a ser colocado em lugar público de Bragança, apontando-se como data limite para apresentação de propostas por parte de artistas portugueses o dia 30 de novembro de 1998. A 25 de janeiro do ano seguinte, a entrega da adjudicação do referido grupo escultórico a Rui Anahory foi aprovada por unanimidade, tendo por base a informação do Departamento de Obras e Urbanismo.
Tendo sido aberto concurso público pela Câmara Municipal de Bragança, e uma vez que todos os requisitos se achavam contemplados na proposta do artista, esta foi selecionada pelo júri reunido para o efeito, constando esta decisão da ata final datada de 9 de setembro de 1999, posteriormente ratificada em reunião de camarária.
De acordo com a memória descritiva do monumento apresentada pelo artista, sabemos que assumiu como tema central do seu projeto o enquadramento em que ocorrem as chegas de bois, acontecimento que envolve sempre uma participação entusiástica das gentes da região. São dois os elementos estruturais da composição: o Homem (agricultor) e o Boi de raça mirandesa. Intrinsecamente ligados, homem e animal fazem parte de um mundo rural que persiste em manter vivas as suas tradições ancestrais, não cedendo à modernidade invasiva que, muitas vezes, apaga da memória coletiva a tradição passada pelas sucessivas gerações. Por um lado, com a representação dos chegadores dos bois, o escultor pretende trazer até nós “o símbolo do homem, em convívio permanente com o animal, o boi, dono de uma força bruta que ele domestica e coloca ao seu serviço, na luta pela vida; o cultivador de terrenos à volta da aldeia, dos vales cheios de verdura, caminhante de veredas sombreadas por onde conduz os bois e as vacas para os lameiros”.
De igual modo, dá especial realce à caracterização fidedigna da raça bovina mirandesa, entendida como “raça autóctone”, que na “sua intimidade com o homem, de ajuda generosa e dócil, são atores e protagonistas de uma das mais arreigadas tradições do Nordeste Trasmontano”. A composição escultórica representa o momento em que os dois animais medem forças, incitados pelos seus donos, até que um deles vença ou desista, afastando-se do outro. A vitória tem especial significado para a aldeia a que pertence o homem e o animal, sendo um momento de júbilo devidamente comemorado.
Ainda seguindo a memória descritiva, deparamos, a nível da implantação do monumento, com algumas considerações interessantes por parte do artista. Assim, devia ter-se em consideração o local onde seria erguido, referindo-se especificamente o centro da urbanização (não devendo em média os edifícios ultra passar os sete andares), situando-se no ponto de encontro das ruas de acesso à urbanização, bem como da principal avenida de entrada e saída da Cidade. Por outro lado, ao ser montada a composição, a Chega dos Bois, como elemento estruturante, seria colocada de forma visível no alinhamento da mesma avenida.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

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