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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

“O Labirinto Literário de Miguel Torga” olha para as 52 obras do autor transmontano

 O livro “O Labirinto Literário de Miguel Torga” chega às livrarias na terça-feira e o autor, Norberto Veiga, quer que este seja um “aperitivo” para as 52 publicações do autor transmontano.


“A obra de Miguel Torga extravasa as fronteiras nacionais e levanta questões intemporais, as questões internas que preocupam o ser humano, e tem a vantagem de tratar essas questões nos vários géneros, quer na poesia, quer na narrativa, especificamente, no diário, produzido ao longo de mais de 40 anos”, começa por referir o professor Norberto Veiga, em entrevista à agência Lusa.

Para o autor, “ler Torga é um auxiliar essencial e fundamental para compreender os dias de hoje”, já que “reflete as preocupações de um ser muito atento ao mundo e à realidade, quer nacional, quer internacional, que ele também conheceu muito”.

O professor lembra que “conhecemos melhor os nossos tempos lendo os clássicos”, incluindo Torga “nesse rifão”.

“Vale, sobretudo, em termos literários, mas os valores humanistas, éticos e morais também sobressaem”, destaca Norberto Veiga, referindo “outra mais-valia, sobretudo nos contos, em que está cristalizado o modo de viver do nordeste transmontano, dos seus valores, da questão telúrica, da ligação à terra e das leis universais, anteriores às leis civis, as leis que não estão escritas, que são imutáveis”.

Quanto aos vários géneros explorados por Torga, Norberto Veiga considera que o médico transmontano era, “sobretudo, um poeta”, mas destaca “a parte do drama, que é a parte da obra menos conhecida e menos divulgada”.

Segundo o autor, com “O Labirinto Literário de Miguel Torga”, é "a primeira vez que o leitor tem todos os 52 livros [de Torga], incluindo os diários, escalpelizados, analisados"

Espera que sirva de “primeira porta de entrada ao leitor”, que fica “com uma visão de conjunto de toda a obra”, funcionando, assim “como um aperitivo, um aliciante, para estimular à leitura”.

Mesmo depois desta visita guiada ao universo 'Torguiano', “as leituras nunca são definitivas, cada leitor pode acrescentar coisas novas à leitura, porque cada leitura de cada pessoa singular é sempre um diálogo com a obra do escritor”.

Este é um mundo de um “homem que está sempre descontente”, realça.

“Hoje, felizmente, vivemos em democracia, mas temos de estar sempre alerta, porque os perigos estão sempre à espreita. A obra de Torga também tem essa faceta, coloca-nos mais despertos para resistir e lutar contra qualquer tentativa de sonegar as nossas liberdades e os nossos direitos”.

Miguel Torga, cujo nome de batismo era Adolfo Correia da Rocha, nasceu a 12 de agosto de 1907, em São Martinho de Anta, concelho de Sabrosa (Vila Real), e morreu a 17 de janeiro de 1995, em Coimbra.

Oriundo de uma família de camponeses, sem grandes recursos económicos, Torga trabalhou no Porto, passou pelo Seminário de Lamego e, ainda adolescente, emigrou para o Brasil.

De regresso a Portugal, cursou Medicina em Coimbra, onde viveu e morreu.

Entre algumas das suas obras destacam-se os "Contos da Montanha", "Bichos", "A Criação do Mundo", "Senhor Ventura" e "Vindima"; na poesia, "Rampa", "Abismo", "Lamentação", "Libertação" e "Poemas Ibéricos", entre outros títulos.

Foi galardoado com vários prémios literários nacionais e internacionais, entre os quais o Prémio Camões, de que foi o primeiro galardoado, e foi candidato ao Prémio Nobel da Literatura.

A sua obra é agora analisada pelo também transmontano Norberto Veiga, natural de Argozelo, no distrito de Bragança.

Veiga é licenciado em Línguas e Literaturas Clássicas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e doutorado em Literatura Portuguesa, pela Universidade de Salamanca.

É professor do ensino secundário e já publicou “Escritas do Nordeste” (2017) e “Tonalidades da Literatura Transmontana” (2020).

A Guerra e Paz edita agora o seu “O Labirinto Literário de Miguel Torga”, autor a que, “com alguma pena”, chegou tarde.

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