O Castelo de Bragança, construído no século XII, é um dos maiores símbolos da cidade e do concelho. O património arquitectónico e histórico não tem preço, mas também não há nada que pague os que aquilo foram construindo, guardando e vivendo. Adelaide Morais é uma das "guardiãs" da cidadela. Com 70 anos, foi ali que nasceu, e recorda-se bem do movimento que a vila tinha noutros tempos.
“Naquela altura havia muita gente, porque todos os casais tinham 9, 10 ou 14 filhos. Em cada calejo, às vezes, chega a ver às 20 e tal crianças. Era uma animação. Bastava dizer que na altura do São João e da Páscoa faziam-se dois bailes”, contou.
A cerca de 30 quilómetros de Bragança, em Pinela, ainda se dá vida a uma das maiores identidades do concelho, as cantarinhas. Noutros tempos, a olaria foi uma grande fonte de rendimento, para alguns habitantes daquela aldeia, sendo que, hoje em dia, o barro já não tem a dinâmica que teve. Ainda assim, a importância da arte não se perdeu e, pelas mãos de Julieta Alves, dali natural e residente, ainda nos vão chegando algumas peças.
“Continuo a guardar a nossa tradição. Vou buscar o barro à mina, vou cavá-lo, secá-lo, peneira-lo. O barro não tem plasticidade, tem que se amassar com uns terrões peganhosos que se vão buscar para os lados de Izeda e Gralhós. A partir daí trabalha-se e é um barro único, porque tem estanho das minas e tem brilhantes”, explicou.
E agora é tempo de conhecer uma das maiores riquezas do concelho... o Parque Natural de Montesinho. O parque foi reconhecido como área protegida em 1979 e tem uma dimensão de cerca de 75 mil hectares, abrangendo parte não só de Bragança como de Vinhais.
Dionísio Gonçalves foi o primeiro director do parque e considera que desde que deixou de haver esta figura que alguns problemas se têm evidenciado.
“Agora se as populações querem contactar a direcção do parque é uma direcção que está longínqua. O facto de ter deixado de haver director do parque não foi muito positivo para a gestão fina, para resolver os problemas com bom senso, de proximidade. Pode ter contribuído para haver um afastamento gradual das populações em relação à equipa do parque”, apontou.
De clima temperado, Bragança é conhecida pelo frio, mas é o calor das gentes que lhe dá alma.
A reportagem para ouvir na integra, na rádio Brigantia, depois das notícias das 17 horas.
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