Fotografia Palombar/DR. |
O projeto quer melhorar de forma sustentável o estado de conservação do abutre-preto em Portugal, através da consolidação da sua recolonização e sucesso reprodutor, da melhoria do seu habitat e da disponibilidade alimentar, bem como da minimização de ameaças.
As ações do projeto, que serão desenvolvidas em dez áreas da Rede Natura 2000, sete das quais em Portugal e três em Espanha, decorrerão na zona fronteiriça, nomeadamente nas Zonas de Proteção Especial (ZPE) Douro Internacional e Vale do Águeda; Rios Sabor e Maçãs; Vale do Côa; Serra da Malcata; Tejo Internacional, Erges e Pônsul; Mourão, Moura, Barrancos; Vale do Guadiana; Campo de Azana; Sierra de Gata y Vale de Pilas e Canchos de Ramiro y Ladronera.
O LIFE Aegypius return é desenvolvido por um consórcio que integra as seguintes entidades: Vulture Conservation Foundation (organização coordenadora do projeto), Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, Herdade da Contenda, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Liga para a Proteção da Natureza, Associação Transumância e Natureza, Fundación Naturaleza y Hombre, Guarda Nacional Republicana e Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade.
A sessão pública de lançamento do projeto decorreu no dia 4 de novembro de 2022, em Freixo de Espada à Cinta, tendo contado com dezenas de participantes e com a intervenção dos representantes das entidades parceiras do projeto, bem como do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária. Adicionalmente, também participaram empresários locais, das áreas do turismo, agricultura, setor cinegético, centros de recuperação, organizações de ambiente e academia.
O abutre-preto (Aegypius monachus) extinguiu-se como nidificante em Portugal no início da década de 70. No entanto, a espécie manteve-se presente na faixa fronteiriça das regiões centro e sul, com indivíduos provenientes de Espanha. Só em 2010 o abutre-preto voltou a nidificar em Portugal, no Parque Natural do Tejo Internacional. Em 2012, registou-se o primeiro casal nidificante no Parque Natural do Douro Internacional e, em 2019, o segundo. Esta espécie só tem uma cria por época de reprodução, o que a torna ainda mais vulnerável no que se refere ao seu sucesso reprodutor. Por ter uma população extremamente reduzida, o abutre-preto está classificado como “Criticamente em Perigo” no território nacional, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.
O projeto “LIFE Aegypius return” é cofinanciado pela Viridia – Conservation in Action e pela MAVA – Foundation pour la Nature.
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