Os funcionários pedem um aumento salarial, já que recebem pouco mais do salário mínimo. A adesão à greve ronda até agora os 65%. Mateus Salazar é um dos trabalhadores em protesto. Trabalha há 8 anos na fábrica e o ordenado é praticamente igual.
“Um operário que venha trabalhar hoje ganha o mesmo do que eu e acho que a empresa tem possibilidades de pagar mais aos colaboradores. Recebo cerca de 730 euros líquidos. É muito difícil, porque temos contas para pagar, prestação da casa, prestação do carro, gasóleo, filhos, comida e não chega”, disse.
Há mais de um ano que o sindicato e a empresa andam em negociações e nada muda. De acordo como delegado sindical da Faurecia, Rui Pereira, há funcionários que já não estão a conseguir suportar as despesas.
“É uma empresa que aos trabalhadores directos paga o salário mínimo ou pouco mais 10 euros. Isto obriga as pessoas a fazer sacrifícios, como colegas que no fim deste mês vão ter que entregar a chave do apartamento ou outros colegas que ao dia 12 já têm que recorrer às instituições para pedir alimentos”, contou.
O delegado sindical acusa a empresa de ameaçar os funcionários caso avançassem com a greve.
“Passaram um comunicado em que pura e simplesmente não deixa de ser uma ameaça aos trabalhadores e daí esta força toda e fazer com que as pessoas aderissem à greve”, referiu.
Em Julho do ano passado os trabalhadores da Faurecia fizeram pela primeira vez greve contra os salários e as condições de trabalho. Em Novembro voltaram a protestar e hoje outra vez. Pedem um aumento de 90 euros, com a justificação de não conseguirem aguentar as despesas, já que recebem pouco mais do salário mínimo.
A Faurecia é uma fábrica de componentes de automóveis em Bragança, com cerca de 560 funcionários. A direcção recusou-se a fazer qualquer comentário sobre a greve.
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