“O Encontro pretende promover o diálogo e a reflexão sobre o presente e o futuro das raças autóctones ibéricas e dar a conhecer as suas mais diversas utilidades na preservação meio ambiente e da biodiversidade, numa altura em alterações climáticas são uma realidade, dado que este animais têm um papel importante prevenção de incêndios florestais ou na organização da agricultura”, disse hoje à o secretario técnico da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), Miguel Nóvoa.
De acordo com o especialista em gado asinino, no distrito de Bragança pretende-se igualmente que este seja um evento que potenciem o desenvolvimento de atividades e projetos de investigação e desenvolvimento, através da colaboração e da criação de sinergias entre a comunidade local e académica e os vários grupos de interesse externos, nomeadamente empresas e outras entidades públicas e privadas.
“Para além do burro mirandês, pretendemos associar a este evento raças autóctones de bovinos ou ovinos para se perceber como este património genético pode ajudar de uma forma mais sustentada na gestão de habitats prioritários e de alguma forma se poder estabelecer pontes e redes de trabalho”, explicou Miguel Nóvoa.
O também veterinário acrescentou que este encontro visa lançar as bases para se construir projetos que possam ser financiados pela União Europeia e pelo Governo para se demonstrar de forma prática a evidência de que as raças autóctones têm um papel a desenvolver no futuro
Para os especialistas em raças autóctones, como é caso da AEPGA, no tempo de uma agricultura multifuncional que se pretende também prestadora de serviços, estas raças devem ser conservadas quer pelo seu contributo para preservar biodiversidade quer pela sua adaptação ao meio ambiente, pela proteção ambiental que propiciam, pela produção biológica que permitem e pelo fomento de produtos tradicionais de qualidade, “ou seja, pelo papel insubstituível que desempenham no desenvolvimento rural”.
“Atendendo a que quase todas estas raças se encontram atualmente ameaçadas de extinção, fruto da sua substituição por raças mais produtivas e mais eficazes na resposta aos alimentos concentrados e da introdução e expansão da mecanização agrícola, acreditamos enquanto impulsionadores deste encontro que estas raças desempenham um papel importantíssimo na economia nacional, regional e local”, indicou Miguel Nóvoa.
Estes animais, na opinião dos especialistas envolvidos neste encontro, devem ser encarados como “uma salvaguarda de uma diversidade genética” e não apenas produtores de carne, lã ou leite com os seus derivados de qualidade reconhecida através da chancela de Dominação de Origem Protegida (DOP).
Este encontro ibérico está programado para a Senhora do Naso, no concelho de Miranda do Douro, onde se realiza uma das mais importantes feiras de gado asinino do Norte de Portugal e de Castela e Leão, em Espanha.
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