A seda de Freixo de Espada à Cinta é feita de forma ancestral e artesanal no museu da Seda e do Território da vila.
Para o presidente da câmara, Nuno Ferreira, esta chancela vem valorizar o produto. “Com esta denominação a seda passa a valer o dobro. Temos aqui exemplares de carteiras que custam 500 euros e passarão a valer mil euros”, salientou.
Uma vez que é produzida de forma artesanal, são feitas peças em pequenas quantidades. O que não é um problema, já que o objectivo é chegar aos mercados de luxo. “Estamos numa pequena escala vocacionada para aquilo que é a grande escala do mercado de luxo e, posteriormente, iremos passo a passo cimentar a seda e a sua comercialização”, vincou.
A seda começou a produzir-se em Freixo de Espada à Cinta no século XVI. O concelho chegou a ter 16 fábricas. Mas a doença da amoreira fez acabar com esta indústria, uma vez que o bicho-da-seda se alimenta das folhas da árvore. Mas as mulheres começaram a fazer peças, de forma artesanal, em casa, preservando a arte até aos dias de hoje.
Há nove artesãs a trabalhar a seda em Freixo e uma delas é Susana Martins. Tudo começou há 20 anos. “Apareceu uma oportunidade de ir fazer uma formação. No início não estava muito entusiasmada, porque eu achava que era uma coisa de velhos, porque inclusive a minha mãe trabalhou na seda e eu não via aquilo como futuro. Depois desde o primeiro dia que comecei a trabalhar, que comecei a mostrar a exposição aos turistas até à data gosto de fazer tudo, com muita dedicação”, contou.
Depois de duas décadas a trabalhar a seda, admite que é uma constante aprendizagem. O que mais gosta é o processo de extracção da seda. “Gosto de tudo um pouco, mas o que gosto mais é a caldeira, extrair a seda é a minha praia. E gosto muito de mostrar, ver as pessoas com admiração porque nunca viram fazer seda”, adiantou.
No Museu da Seda e do Território em Freixo de Espada à Cinta há nove artesãs a trabalhar este material nobre.
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