O curso já existiu mas teve que encerrar. E, apesar de haver falta de engenheiros florestais, tal como aconteceu em Bragança, há várias licenciaturas desertas noutras instituições.
Mas o problema vai além disso. A área alimentar e agrícola também não atrai os jovens. Em Bragança, os cursos nestas áreas ficam preenchidos com alunos internacionais e com os jovens que frequentam os cursos técnicos superiores profissionais. O director da Escola Superior Agrária do IPB, Pedro Bastos, explica que estes cursos têm grande empregabilidade mas os estudantes não estão sensibilizados para estas áreas. “Tem muito a ver com as provas nacionais de acesso. A prova de Matemática, por vezes, acaba por afastar muitos alunos mas a nível de empregabilidade acabam por ter mercado de trabalho. Muito do problema advém das tecnologias, da vocação que os alunos têm agora, que não o sector agrário, mas para isso lutamos, reformulando os cursos”.
A escola agrária tem licenciaturas em Biotecnologia e Biologia e em Enfermagem Veterinária, que são cursos bastante procurados. Depois, há ainda Enologia e quatro engenharias: alimentar, zootécnica, do ambiente e agronómica. Estas licenciaturas costumam ter poucos alunos provenientes do concurso nacional de acesso. Ainda assim, há bons níveis de empregabilidade, contudo, as ofertas no território são poucas. “Infelizmente o mercado empresarial que temos no território é limitado. Felizmente, neste momento, temos tido mais alunos colocados na região”.
O director da escola também acredita que os cursos vão estando e deixando de estar em voga e por isso a sua procura vai aumentando ou diminuindo.
Declarações de Pedro Bastos à margem da vigésima terceira edição da Semana das Ciências Agrárias, que começou na segunda-feira e terminou ontem, subordinada ao tema “Estratégias Sustentáveis para a Saúde do Planeta”.
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