terça-feira, 28 de novembro de 2023

Os moradores de Urros e Peredo são obrigados a trabalhar nos muros de Moncorvo - 1366

 «Saibam quantos este estromento virem como na era de myl e quatro centos e quatro annos dezassete dias de mayo em na Torre de Meencorvo pareceu Fernand’Affom[so] tabalyom d’Uros e Joham Martins procurador do dito loogo d’Uros e Joham [A]ffom[so] juyz do Predo e Joham Anes procurador do dito logo do Predo e disserom que eles como agravados em huma sentença que contra eles deu Joham Esteves corregedor por El Rey em esta comarca em que lhes mandou que servissem e ajudassem a fazer ho muro da dita vyla da Torre e aa barbacaa e ajudassem aa’limpar a carcova da dita vyla da Torre segundo mais compridamente era conteudo en a dita sentença do corregedor e que eles com prema e mandado do dito corregedor filharom apartadamente huma peça do dito muro convem a saber: des ho cubo novo ataa cubo da porta do castelo com a barbacaa que esta a par de o cubo novo deribada por esto que eles am de fazer os do dito logo d’Uros e de Predo em sa quadrela Pero Lourenço juyz em logo de Goncalo d’Orze, Meendo Anes procurador e Joham Lourenço e Joham Perez moradores da dita vyla da Torre e outros omeens boos da dita vyla da Torre filharom por quadrelas todolos outros logares em que ora o dito castelo avya mester de se fazer e reparar em aqueles logares que se ora parece que a mester de se fazer segoondo foy visto pelos ditos juyzes e moradores do dito logo da Torre e d’Uros e do Predo e que outrosy reparem e façam adubar a barvacaa que ora esta feita e que alympem a carvo (sic) que ora esta feita com este entyndimento que se nosso senhor El Rey os daquela sentença non desagravar e for compri-doyro ao dito concelho da Torre de fazer outros lavores novos fora destes que o dito concelho d’Uros e do Predo lhos ajudem a fazer como pelo dito corregedor he mandado; e os sobreditos Fernand’Affom[so] e Joham Martins e Joham [A]ffom[so] e Joham Anes disserom em nome dos ditos concelhos que eles filhavam a dita parte do castelo por esta gissa (sic) que servissem em el dous dias da domaa cada dia com vynte omeens com esta prestaçom que se fosse merce de nosso senhor El Rey de os desagravar da dita sentença e mandado do dito corregedor he eles tovessem por fazer alguma cousa do dito castelo que eles nom fossem teudos de fazer em elo mais nem esta quadrela non fezesse nenhum prejuizo aos do dito logo d’Uros e do Predo; e o dito Meendo Anes procurador da dita vyla da Torre e Joham Lourenço e Joham Perez moradores disserom que lhes prazia das coussas sobreditas e que deziam que prestavam em nome do dito concelho da dita vyla da Torre que se El Rey non desagravasse os moradores do dito logo d’Uros e do Predo que eles veessem ajudar a fazer os lavores do dito castelo que hy ouvessem de fazer segundo mandado era pelo dito corregedor; e os ditos Fernand’Affom[so] e Joham Martinz e Joham [A]ffom[so] e Joham Anes protestarom do direito do concelho d’Uros e do Predo e pedirom este estromento. E o dito Meendo Anes procurador da dita vyla da Torre protestou pelo direito do dito concelho contra os sobreditos; e as ditas partes outorgarom esto e pedirom senhos estormentos. Testemunhas: Pero Franco, Lourenço Rodrigues, Affoms[o] Anes tabalyom, Tome Anes, Johan da’Greija, Domingos Deiz [sic?] carnyceyro, Andres Doniz andador, Joham Pyres d’Olarinho e outros e eu Aires Eanes tabalyom d’El Rey na dita vyla da Torre que a esto presente foy e esto escrevy e dei ende huum estromento ao dito Fernand’Affom[so] e Joham Martins procurador d’Uros e aqui meu synal screpvi que tal he. Non pagou dereito porque he do concelho da Torre» (163).
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(163) Pergaminhos de Moncorvo. Viterbo tirou deste documento dados para os artigos «Dona» e «Quadrella» do seu Elucidário.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA

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