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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Congresso Unificador

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Jorge Nunes, uma das vozes transmontanas mais esclarecidas e inconformadas, promotor do desenvolvimento e do bem estar do nordeste, escreveu, recentemente, um texto preparatório do próximo Congresso Transmontano, (que será o V) na sequência do livro “Congressos Transmontanos 1920-2020” editado pela Lema d’Origem prefaciado pelos Professores Adriano Moreira e Fernando de Sousa, e com posfácio do Professor Ernesto Rodrigues.
O antigo autarca da capital do nordeste que uma lei iníqua e lesadora dos interesses regionais afastou, prematuramente, do cargo executivo que exerceu com estratégica clarividência, vem questionar, no seu texto, o tema proposto para servir de base à concretização da próxima assembleia magna das gentes do Reino Maravilhoso. A regionalização é, sem dúvida, um tema importante e que não pode, de forma nenhuma, estar ausente de qualquer discussão que, querendo-se séria e consequente, pretenda contribuir para o desenvolvimento futuro de qualquer região, mormente se for do interior. Vêm do centralismo, sem qualquer dúvida, as maiores machadadas na demografia, potenciando o abandono progressivo dos jovens qualificados e retirando as âncoras dos serviços públicos regionalizados que, de alguma forma, mitigavam a sangria constante e progressiva. Mesmo com as melhorias, salientadas, e bem, das vias de comunicação, do sistema de saúde e das unidades de educação. Melhorar não quer dizer que se tenha feito o suficiente, nem o necessário. Porque se as benfeitorias não chegaram para travar o decréscimo evidente, um pequeno acréscimo podendo, quando muito, mitigar o depauperamento contínuo, não chega para operar uma necessária e urgente inversão da curva descendente do enfraquecimento regional. Ao tema já proposto pela Casa de Trás-os-Montes adiciona o antigo edil entre outros um que ninguém pode ignorar da sua importância nos conturbados tempos que vivemos: a ecologia. Importante porque trata do futuro (de um futuro cada vez mais próximo e cada vez mais incerto nas ameaças sérias e severas das alterações climáticas) e igualmente porque, nesse capítulo, precisamente por causa do abandono anterior de investimento em indústrias pesadas e urbanização desenfreada de que padece o litoral, podemos avançar na direção certa, com algum avanço sobre outras regiões portuguesas. Os recursos hídricos serão de uma importância capital neste tema.
Mas, o que mais me apraz salientar, no artigo de opinião publicado no Mensageiro e no Jornal Nordeste, é o apelo à união que já vem desde a edição em livro, já referida, cujo subtítulo “Unir o tempo do passado, do presente e do futuro” evidencia bem o propósito que terá de presidir aos momentos de reflexão coletiva.
Sempre, mas sobretudo nos tempos que correm, de confusão e divergências públicas (entre o Presidente, que deveria ser um referencial de estabilidade e concórdia, e o Primeiro Ministro, entre os agentes da Justiça, cujo cumprimento estrito da Lei deveria exigir uma rigorosa e inatacável postura em matérias como segredo de justiça e presunção de inocência, e o principal Órgão Legislativo cujas críticas sobre atuações enquadráveis num edifício legal ali originado e sem vislumbre de reformas sérias e profundas, são dificilmente entendíveis) o aparecimento de uma região unida à volta de um ideário, obviamente debatido e discutido em toda a sua diversidade, traga para a luz do dia tudo quanto resulta da conclusão de um debate alargado, participado e rico, será, sem dúvida, um enorme contributo para o desenvolvimento regional e para um futuro melhor para as gerações vindouras.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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