Ainda assim, Luís Almeida, presidente da associação responsável pelo estudo, afirma que é a CIM Terras de Trás-os-Montes que “tem tomado posições públicas mais enérgicas” a defender esta solução sobre “o interesse e a vantagem que esta ligação ferroviária terá para o território e ligação também para a Espanha e para o resto da Europa”.
No entanto, o presidente daquela associação diz ter alguma dificuldade em perceber igual sentimento, por exemplo, na CIM Douro. “Não tem havido manifestações públicas, embora haja alguns autarcas que são favoráveis, nomeadamente o Presidente da Câmara da Régua, que já se mostrou favorável recentemente numa reunião com o Secretário de Estado sobre esta linha, mas a CIM, na sua globalidade, não tomou ação, pelo que quem tem estado a tomar mesmo a dianteira na região e tentar sensibilizar todas as outras CiM’s ao longo do território é mesmo a Terras de Trás-os-Montes”, afirma.
Mas, se a nível regional a ideia agrada, Luís Almeida admite que ainda existe “alguma resistência” ao nível do poder central para esta solução. “Provavelmente, porque há um compromisso assumido na Cimeira de Figueira da Foz, no início deste século, que dizia que o corredor internacional Norte tinha de ser por Aveiro, Viseu e Salamanca. Contudo, perante as evidências que aparentam estar envoltas nesta linha, essa posição tem de ser revista e o país terá de rever se o corredor internacional Norte, deve ser a norte ou a sul do rio Douro e, no fundo, é essa discussão que nós queremos provocar”, refere Luís Almeida. “Neste momento, não torna equivalente esta linha à futura linha da Beira Alta ou à futura linha Aveiro-Viseu-Salamanca e, no fundo, é isso que nós pretendemos, que haja, no mínimo, uma equivalência hierárquica entre as duas linhas para que depois, politicamente, se possa decidir, quando os estudos estiverem maturados, qual deve ser o primeiro investimento a ser realizado”, acrescenta o presidente da associação Vale D’Ouro, em declarações à margem da iniciativa “Pensar Global, Governar Local”, promovida, pelo PSD/Mirandela.
O estudo da Associação Vale D’Ouro prevê ligar o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, à linha de Alta Velocidade Madrid/Galiza, passando por Paços de Ferreira, Amarante, Vila Real, Alijó, Mirandela, Podence e Bragança.
A proposta prevê tempos de viagem de 43 minutos entre o Porto e Vila Real e 1h14m até Bragança.
O estudo foi submetido, no final de 2022, através da plataforma do plano nacional ferroviário, ao Ministério das Infraestruturas.
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