O novo livro de Adília Fernandes, investigadora e autora natural de Torre de Moncorvo, debruça-se sobre o General Pires Veloso, que fez uma carreira ligada ao Nordeste Transmontano.
P- Quem foi Pires Veloso?
R - Pires Veloso foi um militar exímio e uma das mais notáveis figuras no quadro de consolidação e valorização da História recente de Portugal, que podemos fazer recuar às causas que conduziram à Revolução do 25 de Abril.
P- Porque escolheu esta personalidade beirã para tema do novo livro?
R - Surgiu a proposta, por parte da Comissão de Homenagem ao General Pires Veloso, de desenvolver um estudo que configurasse o seu perfil de humanista, uma vez que já existiam 3 obras sobre o desempenho militar e político.
P- Sei que se trata de uma figura que defendeu o Nordeste, que marca deixou na região?
R - Teve uma intervenção importante no Cachão, defendendo, mesmo, que outros empreendimentos similares surgissem, por considerar que era um polo de desenvolvimento de um Nordeste esquecido pelo poder central. Não evitou o declínio e fecho por razões que atribuiu à ingerência do Estado, logo após o 25 de Abril.
O Nordeste foi o tema de conclusão do curso para ascender a General.
É um importante documento sobre os mais diversos aspetos. O acidente de helicóptero impediu-o de viajar aos Estados Unidos, onde contactaria personalidades e a comunidade portuguesa no sentido de angariar apoios para investir nesta região.
O Mensageiro de Bragança deu detalhada informação sobre este interesse do General, divulgando as visitas frequentes e as homenagens dos transmontanos agradecidos.
P- É importante divulgar estas figuras marcantes, mas que serão pouco conhecidas dos mais jovens?
R - A história próxima exige colocar os seus protagonistas nos respetivos desempenhos e contributos para o Portugal democrático que vivemos.
Logo, são necessários mais estudos para o conhecimento adequado do tempo de grandes mudanças políticas e sociais que nos antecedeu.
P- Foi um livro que implicou muita investigação, que fontes usou?
R - Tive o privilégio de aceder ao Arquivo da Família, a fontes primárias, maioritariamente assinadas na primeira pessoa. O livro é profusamente ilustrado com fotografias e documentos, manuscritos e outros, inéditos. Exigiu-me entrar em matérias que escapam às minhas áreas de investigação, esforço compensado pelo resultado, traduzido num saber alargado dos contextos que enquadram esta ilustre personalidade na defesa dos valores democráticos e dos ideais humanistas e humanitários.
P- Quantos livros já escreveu?
R- Escrevi onze livros. Apenas dois não versam a História da região transmontana.
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