SEBASTIÃO DE CARVALHO TORRES, abade de Vilar Seco, e Afonso de Carvalho, abade de Terroso, por escritura de doação feita nas notas de António Pires de Sousa, de Bragança, em Março de 1744 instituíram um vínculo de morgadio, em Castro de Avelãs, concelho de Bragança, que mais tarde parece ter sido administrado pelo doutor João de Castro e em 1779 por João António de Meireles (222).
No fim deste volume publicaremos a reprodução do escudo dos Carvalhos, existente na fachada da sua casa brazonada, em Castro de Avelãs.
48 – Está em Castro de Avelãs, concelho de Bragança, no frontispício de uma casa pertencente a José Marcelino Carneiro, que a comprou a um tal Figueiredo, que não era já o fundador, pois o escudo ostenta as armas dos Carvalhos. Informações do Padre Manuel José da Ressurreição Palmeiro. Na Casa há uma capela profanada.
CASTRO VICENTE
1º BERNARDO DE ARAGÃO CABRAL, natural de Castro Vicente, filho de Manuel de Aragão Cabral. Fidalgo-cavaleiro por alvará de 29 de Julho de 1701 (223).
2º ANTÓNIO DE OLIVEIRA CABRAL, de Castro Vicente, filho de Bernardo de Aragão Cabral, fidalgo da Casa Real, e neto de Manuel de Aragão Cabral.
Fidalgo-cavaleiro por alvará de 24 de Novembro de 1701 (224).
3º D. INÁCIA JACINTA, filha de Alexandre de Aragão Cabral e de D. Joana Ferreira, de Castro Vicente, professou, em 1723, no convento de Santa Clara de Bragança (225).
4º D. ANA MARIA DE SÃO JOSÉ, que nasceu em Castro Vicente, a 11 de Fevereiro de 1706, filha de Manuel Pinto Barbosa Pimentel e de D. Isabel Soares de Macedo.
Neta paterna de Lourenço Álvares Barbosa e de D. Maria de Morais, ambos de Castro Vicente.
Neta materna de Estêvão Machado e de D. Maria de Macedo Soares, de Freixo de Espada à Cinta.
Professou, em 1741, no convento de S. Bento de Bragança.
É interessante o processo desta freira para ajuizarmos dos repugnantes votos celibatários: escreve às autoridades eclesiásticas que a protejam contra as violências da sua família que a quer freira à força – arranjos da fortuna caseira – quando ela só quer casar com Manuel Carlos de Morais Homem, natural de Tronco, juiz dos órfãos em Monforte de Rio Livre.
Durante seis longos anos, com suas longas noites, curte saudades no convento à espera de um dia que nunca chegou, resistindo às ameaças de morte que um irmão lhe fazia se não professasse, resolução esta que afinal tomou porque as autoridades eclesiásticas não davam ouvido aos seus pedidos, no intuito de evitar escândalos (226).
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(222) Ver o volume IV destas Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, p. 335.
(223) Livro 14 das Mercês de El-Rei D. Pedro II, fol. 211, in Dicionário Aristocrático. Tem a íntegra, isto é, no original está o documento por completo e não em extracto.
(224) Livro 14 das Mercês de El-Rei D. Pedro II, fol. 222, in Dicionário Aristocrático.
(225) Está o respectivo processo no Museu Regional de Bragança, Freiras de Santa Clara de Bragança, maços 1 e 2.
(226) Ibidem, Freiras de S. Bento, maços 1 e 2.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA
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