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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Comunidade Intermunicipal lança projeto de mais de um milhão de euros para rota com património industrial esquecido dos dois lados da fronteira

 A Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM TTM) quer lançar um roteiro de património industrial que fez parte da história da região, através de um consórcio com oito parceiros, quatro portugueses e quatro espanhóis.


O projeto, orçado em 1,150 milhões de euros, foi apresentado esta terça-feira, na Casa da Seda, em Bragança, local que foi um importante pólo da indústria da seda no século XVIII, num seminário que juntou especialistas portugueses e espanhóis.

“A nossa região e a vizinha Espanha é rica em património que, ao longo dos anos, fruto da evolução tecnológica, as coisas deixaram de ser usadas. A nossa preocupação é dar a conhecer a evolução industrial que aconteceu ao longo dos anos”, explicou o Secretário Geral da CIM, Rui Caseiro.

Do lado espanhol “há um foco principal na produção hidroelétrica e na evolução que houve e na área das moagens”, precisou.

“Do nosso lado, temos como parceiros a CIM, o Turismo Porto e Norte e o IPB [e a Direção Regional de Cultura do Norte como parceiro não financiador], focámo-nos mais na indústria mineira. Temos aqui várias minas de volfrâmio e de outros minerais e também quisemos fazê-lo também na área da seda porque Bragança era um dos polos mais importantes a nível nacional. Também a parte hidroelétrica pois era aqui neste local que estava a produção de energia elétrica que abastecia Bragança”, explicou o mesmo responsável.

No âmbito deste projeto, será ainda instalado “um centro de interpretação no Complexo Agroindustrial do Cachão como património Agroindustrial”, na estação ferroviária do Cachão.

O arquiteto espanhol Joaquim Garcia é o diretor deste projeto transfronteiriço. Ao Mensageiro, esclarece que “o objetivo é gerar uma estratégia de cooperação transfronteiriça para a criação de uma estratégia de turismo sustentável vinculado ao património industrial”.

“O que queremos é reconectar a sociedade com as raízes e as atividades produtivas. Este património está esquecido e a sociedade não o entende como parte da sua identidade.

Vamos tratar de recuperar esse património industrial para gerar um vínculo emocional e real com a sociedade produtiva da que somos herdeiros”, explicou.

De acordo com o mesmo responsável, “será através de um projeto europeu, com uma característica fundamental, pretende-se que seja transfronteiriço e o ponto de ligação é o rio Douro”.

A Casa da Seda, em Bragança, nas margens do rio fervença, é um dos exemplos deste património, e foi recentemente alvo de obras de requalificação, tendo sido instalada uma turbina de produção de eletricidade através da água do rio.

“Recuperámos o património do moinho que existiu aqui.

Colocámos aqui uma roda de água moderna para recuperar esse património histórico. Essa roda de água produz a energia que é utilizada aqui na Casa da Seda embora seja uma potência simbólica, de 130 watts. Isso 24 horas por dia significa o equivalente ao consumo de uma habitação.

Pusemos uma turbina um pouco maior, de 1,2 Kw”, explicou Vicente Leite, docente no Instituto Politécnico de Bragança.

Esta energia é injetada numa micro-rede elétrica na Casa da Seda.

“Tem produção de energia fotovoltaica e hídrica, acumulação de energia e toda a gestão inerente a uma rede elétrica.

Aqui não houve apagão porque o sistema tem a capacidade de, falhando a rede pública, entrar em modo autónomo em menos de um minuto”, explicou o também investigador.

De acordo com Vicente Leite, a poupança na fatura elétrica “deve ser de cerca de 80 por cento”.

“Foi concebido para estar sempre visitável ao público e ser monitorizado com duas plataformas e uma outra aplicação para controlar as electroválvulas. Isto foi um projeto financiado pela FCT, com a colaboração do município, de 50 mil euros. O apoio do município foi fundamental para as infraestruturas.

Houve o isolamento térmico e acústico. As condições ambientais são agora outras”, concluiu.

António G. Rodrigues

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