Caminhada Interpretativa da Natureza e da Paisagem - 2ª edição

 A Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), a Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural e o Centro de Acolhimento do Burro (CAB), em parceria com a Freguesia de Miranda do Douro e com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), através do Programa Norte Pontual, promovem a 2ª edição da Caminhada Interpretativa da Natureza e da Paisagem. O evento celebra o valor das árvores seculares de Trás-os-Montes, reconhecendo-as como testemunhos vivos da história, da biodiversidade e da identidade cultural da região. Para além disso, promove a cultura transmontana através da valorização da língua mirandesa, da interpretação da paisagem e da visita a alguns pontos de interesse do Passaporte Natura 2000, localizados em Miranda do Douro, nas proximidades das aldeias de Cércio e Póvoa. O evento irá decorrer nos dias 24 e 25 de outubro.

Na sexta-feira, dia 24, irá decorrer o Seminário “Árvores centenárias – herança a preservar”, dedicado às árvores centenárias e emblemáticas do Nordeste Transmontano, que pretende ser um espaço de partilha de conhecimento, reflexão e valorização deste património natural. Ao longo da manhã, diferentes entidades e especialistas irão abordar diversos temas, desde a conservação de espécies como os freixos e castanheiros, à legislação e oportunidades relacionadas com o arvoredo classificado, passando ainda pela valorização de pontos de interesse na Rede Natura 2000 e pela importância da formação em podas em altura. A sessão contará também com a participação de investigadores da academia, trazendo uma perspetiva científica e atualizada sobre os desafios e oportunidades na gestão e proteção das nossas árvores mais emblemáticas. Por fim, o dia fechará com uma caminhada para conhecer a azinheira centenária da aldeia de Póvoa, e uma conversa intitulada "Conservar as árvores centenárias: Desafios e Estratégias para a sua Proteção", sobre as ameaças que as árvores centenárias enfrentam e as melhores práticas para a sua inventariação, conservação, proteção legal, e valorização.

No dia seguinte, dia 25, haverá uma caminhada interpretativa acompanhada por burros. O percurso terá início em Cércio, com uma paragem na Capela de Santo André para visitar o zimbro centenário que ali se encontra. A caminhada será acompanhada por António Fontinha, um contador de histórias, e nos céus, poderá ocorrer a observação de algumas aves selvagens, como águias e abutres, que por ali se encontram frequentemente, assim como conhecer vários elementos naturais e construídos na paisagem, como os muros de pedras e os pombais, patrimóno arquitetónico rural que também contribui para a biodiversidade local. Num primeiro momento da caminhada, os participantes serão apresentados aos elementos que os rodeiam e acompanharão na viagem, criando uma ligação com a paisagem que irão percorrer. Mais adiante, junto ao zimbro centenário, o contador dará voz à memória guardada por estas árvores antigas, sublinhando a sua importância para a biodiversidade e para a ligação espiritual das pessoas à natureza. Por fim, na Capela de Santo André, encerrará a caminhada evocando a fé e as tradições locais, reforçando a importância da preservação do património cultural e natural. Estes momentos serão veículos de sensibilização para as tradições destes lugares, enfatizando a importância da paisagem na cultura mirandesa.

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