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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Renascer

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)


 E eis que um novo ciclo se inicia, passadas que foram as eleições autárquicas com os vereditos impostos pela vontade popular e, com eles, as renovações, as reafirmações e as alterações tidas e achadas como sendo as melhores soluções para cada um dos municípios da nossa terra.

Houve, como sempre tem havido, quem votasse nos candidatos, devido à filiação partidária, motivado por interesses pessoais imediatos, esperando benefícios prometidos esperando que sejam cumpridos, integralmente, impelido pela força do caciquismo que, queiramos ou não, continua a existir, levados pela escolha do menor dos males que, no seu entendimento, lhes é proposto no boletim de voto, mas, quero crer, na maioria dos casos, impelido pela vontade genuína de dar o seu contributo para reforçar o que está bem, aprimorar o que pode ser aperfeiçoado e mudar tudo quanto lhe merece censura e reprovação.

Seja qual for a motivação, as escolhas estão feitas e o tempo agora é dos eleitos que irão, em breve, tomar posse e iniciar uma nova etapa ou prosseguir com o trabalho já iniciado no mandato anterior. Em qualquer dos casos com vontade de dar o melhor de si e, com isso, promover o desenvolvimento do concelho, o bem estar das suas populações e preparar o futuro das novas gerações. Aos eleitores resta-lhes agora esperar o bom desempenho de todos quantos lhe mereceram a confiança pedida, esperando que, com os meios ao seu dispor, que são já consideráveis, possam fomentar as capacidades locais e suprir as falhas a que o poder central deixa em aberto, mais uma vez, sem que isso sirva apenas de lamento e desculpa para um indesejável, embora possível, insucesso do novo ciclo autárquico.

É certo que muitas das carências que afetam a nossa terra e as nossas gentes advêm da forma enviesada como o poder central olha para o interior, mas, igualmente, há que ter em devida conta, ignorá-lo pode ser um erro fatal, as falhas próprias e as incapacidades de cada um de nós para contrariar tal “fatalidade”. Entre muitos casos que poderiam ser trazidos à colação, um há que, sendo demais evidente, deveria fazer refletir todos e cada um sobre as responsabilidades individuais e coletivas sobre o estado do desenvolvimento social da nossa região: o Cachão!

O complexo agroindustrial do Cachão, sendo um projeto pensado, planeado e promovido por um nordestino, o visionário Camilo de Mendonça, para a modernização desenvolvimento e progresso da região transmontana, foi uma obra do poder central. Pode ter acontecido que tenha havido algum menor empenho, menor investimento, menor fomento do governa da nação, mas, igualmente, é necessário trazer para a balança dessa contabilidade o desleixo, o desaproveitamento, o menor interesse dos poderes locais. Será que as forças vivas do nordeste fizeram tudo quanto podiam e deviam para concretizar o sonho grandioso de Camilo de Mendonça? Será que ainda há tempo para o recuperar, reformular, adaptar à realidade contemporânea e reativar um polo de fomento agrícola e industrial capaz de travar a desertificação e agonia económica da nossa terra? Quero crer que sim. Espero que a 12 de outubro tenha iniciado um novo e renovado ciclo, mesmo quando assente na continuidade dos seus atores.


José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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