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| Abelhão-comum (Bombus terrestris). Foto: Alvesgaspar/Wiki Commons |
O Plano de Ação para a Conservação e Sustentabilidade dos Polinizadores entrou esta semana em fase de consulta pública, que se vai prolongar até dia 21 de novembro, anunciou o Ministério do Ambiente e Energia.
A nova estratégia, agora disponível no portal Participa, visa aprofundar o conhecimento científico sobre os muitos polinizadores que habitam em Portugal e estabelecer medidas concretas para a conservação no destes animais – a grande maioria insetos – no terreno. Em causa estão, entre outras, populações de centenas de espécies diferentes de abelhas, e também borboletas diurnas e noturnas, escaravelhos e moscas-das-flores, entre outros.
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| Borboleta azulinha-comum (Lampides boeticus). Foto: Charles J. Sharp/Wiki Commons |
Os trabalhos que deram origem a este plano foram liderados pela equipa coordenadora do projeto PolinizAÇÃO, ligada ao Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, em articulação com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Mas para que o documento visse a luz do dia, foi necessário um processo de colaboração que envolveu “mais de 130 especialistas e representantes de mais de 90 instituições públicas e privadas, incluindo universidades, centros de investigação, organizações não-governamentais, autarquias e associações do setor agrícola e florestal”, detalha, em nota de imprensa, o gabinete da ministra Maria da Graça Carvalho.
O plano agora em consulta pública está dividido em três eixos temáticos – Investigação e Conhecimento, Práticas e Gestão, e Sensibilização e Ecoliteracia -, aos quais se soma ainda um eixo transversal de Governança. Estes quatro eixos, por sua vez, integram um total de 30 ações e de 116 medidas, que “visam reforçar o conhecimento científico, restaurar habitats, induzir práticas de gestão promotoras da biodiversidade e sensibilizar a sociedade para o papel crucial dos polinizadores”, resume o Ministério.
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| Mosca-das-flores Episyrphus balteatus num dente-de-leão. Foto: Irene Grassi/Wiki Commons |
Maria da Graça Carvalho sublinha que o novo Plano de Conservação e Sustentabilidade dos Polinizadores para “é um processo fundamental para o reforço da legitimidade e da eficácia das medidas de conservação dos polinizadores e, também, para consolidar um modelo de desenvolvimento sustentável assente na valorização da natureza”. O PolinizAÇÃO é, conclui ainda, “um compromisso nacional e um reconhecimento da importância crucial dos polinizadores para a vitalidade dos ecossistemas”.
Ações no terreno vão depender de financiamento e iniciativa do Governo
Entre as mais de 100 medidas que constam do documento agora em consulta pública, contam-se uma dúzia que terão de ser iniciadas a muito curto prazo, para que o plano se desenvolva.
Em causa está desde logo, nos primeiros seis meses após a entrada em vigor do novo plano, a necessidade de se criar um grupo de acompanhamento que “garanta a sua implementação eficaz, o acompanhamento sistemático do progresso e a mobilização dos diferentes setores da sociedade”, avança o documento.
O novo grupo deverá ter, entre vários elementos, representantes dos ministérios da Agricultura e Mar, Economia e Coesão Territorial, Educação, Ciência e Inovação e ainda do Ambiente e Energia, do ICNF e também das entidades que coordenam a conservação da natureza nos Açores (DRAAC) e na Madeira (IFCN).
Depois de criado no prazo de seis meses, este grupo terá cerca de meio ano para colocar em funcionamento um sistema de monitorização da eficácia das novas medidas.
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| Abelha-carpinteira (Xylocopa violacea). Foto: Bautsch/Wikimedia Commons |
Outras medidas urgentes serão a elaboração de uma estratégia de financiamento para a investigação sobre polinizadores e polinização, a publicar até 2027, e a garantia do funcionamento contínuo, a partir do próximo ano, de dois programas de ciência cidadã dedicados à monitorização de borboletas diurnas e noturnas.
Entre as medidas de muito curto prazo, conta-se ainda a integração das medidas deste plano no Plano Nacional de Restauro da Natureza, já em 2026.




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