Local: Vilas Boas, VILA FLOR, BRAGANÇA
Informante: Zulmira Garcia Carvalho (F), 60 anos
Contava a minha mãe que havia um homem em Samões [aldeia próxima de Ribeirinha] que não acreditava que havia Deus. Então, para dar o exemplo ao filho, na Sexta-Feira Santa disse:
— Levanta-te para irmos trabalhar para a vinha!
O filho dizia:
— Meu pai, hoje é Sexta-Feira Santa, é pecado!
E ele:
— Vamos, pois temos de ir! Os dias santos são para os preguiçosos!
Lá pegaram as enxadas e foram. Os vizinhos, ao vê-los, também lhes diziam:
— Hoje é um dia santo muito grande!
Mas ele não ouvia ninguém. Então, quando começou a cavar, a enxada começou a verter sangue. O filho dizia-lhe:
— Meu pai, olhe tanto sangue na sua enxada!
E tanto se encheu de razão, que lá parou de trabalhar e foi para casa. Só durou sete dias. Ao fazer sete dias, morreu e a enxada deixou de verter sangue.
Fonte:PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro (Narrações Orais)
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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