As últimas juntas de vacas puxando demoradamente o carro carregado de trigo, centeio, ou feno há muito que já só existe no imaginário da nossa infância.
O arado e a charrua da Tramagal ou da Cegonheira enfeitam, em discutível bom gosto, os telheiros das casas citadinas. Memórias do pai, de aguilhada na mão lavrando as longas terras, prenúncio de pão… de moinho… de forno quente!
A Escola também fechou e as crianças há muito que não jogam ao pião, ao esconde-esconde, ou à macaca. E o silêncio habita nas quatro paredes do velho edifício escolar!
A minha rua e toda aldeia é um espaço onde os idosos nos juntamos para falar de memórias… de tanta gente, de valentes, malandros, trabalhadores, pícaros, ou notáveis. Mais vinte, ou trinta anos e já nenhum de nós estará nestas paragens para contar como foi e as crianças teimosamente não nascem.
… a aldeia em breve será este deserto que nos dói!
Felizmente a pastora ainda passa ao entardecer e o rebanho é música de balidos que amaciam a paisagem. As ovelhas bebem no tanque junto à minha casa, no mesmo tanque onde eu bebo em tardes de soalheira. E a aldeia anima-se. E o rebanho passa. E todos regressam!
Obrigado pastora!
Fernando Calado
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário