O prazo de execução é de 518 dias, pouco mais de um ano e meio
A adjudicação do Túnel do Marão três anos depois da paragem das obras foi recebida hoje como “uma boa notícia” pelos representantes dos empresários em Trás-os-Montes que esperam que agora a ligação avance, embora tarde.
“Ver para crer” continua a ser a postura de Luís Tão, presidente da Nervir, a associação empresarial do Distrito de Vila Real, que entende que “tudo que venha agora é sempre tarde”.
O dirigente reconhece que os prazos anunciados pelo Governo estão a ser cumpridos e espera que “continuem assim” e que depois da adjudicação do túnel de 5,6 quilómetros à Teixeira Duarte, confirmada na terça-feira, prossiga a restante obra da Autoestrada do Marão, que ligará a A4 entre Amarante e Vila Real e entre Vila Real e Bragança.
A construção da Autoestrada do Marão parou a 27 de junho de 2011 e, dois anos depois, a obra foi resgatada pelo Estado, que invocou justa causa fundada no incumprimento por parte da concessionária.
A Somague, que liderava o consórcio responsável pela construção da autoestrada, refutou e disse ter sido a própria concessionária, e não o Estado, a rescindir o contrato "por incumprimentos vários do concedente".
A empresa Estradas de Portugal (EP) decidiu lançar três concursos para concluir a obra e o referente ao túnel foi o primeiro a ser adjudicado por um valor de 88 milhões de euros às empresas “Teixeira Duarte - Engenharia e Construções, S.A” e “E.P.O.S – Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas, S.A, subsidiárias da Teixeira Duarte.
O prazo de execução é de 518 dias, pouco mais de um ano e meio.
“”Finalmente há luz ao fundo do túnel”, ironizou Eduardo Malhão, presidente da associação empresarial do Distrito de Bragança, que, em declarações à Lusa considerou o anúncio da adjudicação da obra “uma boa notícia”.
“É no fundo o resolver de um problema que se tem vindo a arrastar”, acrescentou, sublinhando que esta obra “é fundamental” para toda a região porque sem a conclusão deste troço de autoestrada a ligação ao litoral e à fronteira, através de Bragança, fica incompleta.
Eduardo Malhão acredita que agora o processo “irá ter continuidade” porque “a partir do momento em que o problema do túnel, que é o mais complexo, seja resolvido, a restante obra será mais fácil, até porque já estava bastante adiantada”.
O presidente do Nerba lembrou que a região já está habituada a atrasos como do IP4, a única via estruturante demorou “mais de 20 anos a ser construída”.
A continuação da A4 de Amarante até à fronteira em Bragança está a ser realizada em duas empreitadas conhecidas como a Autoestrada do Marão, até Vila Real, e a Autoestrada Transmontana, até Bragança.
A Transmontana está concluída há um ano, enquanto as obras do Marão foram entraram num impasse.
O presidente do Nervir, Luís Tão, lembrou que esta associação empresarial nunca defendeu esta solução da A4, na zona do Marão, mas sim um novo traçado que passasse pelo Douro, da Régua a Mesão Frio e Amarante.
“Tinha mais sete quilómetros, era mais cara, mas pelos vistos a solução do túnel veio a ser mais cara do que o previsto”, observou.
Lusa
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