Achas que eu era capaz de fazer mal ao teu filho tão amado, nascido perto do poço das Forcadas e com direito à vida como todas as criaturas de Deus?!
Nem penses nisso!
A tarde era de pesca no sossego do poço, num daqueles dias em que peixes nem vê-los.
Um voo rápido roçou a água. Perfeito! A ponta da asa desenhava ondas onde o olhar ficava. A natureza no seu melhor na beleza duma galinha da água que maternalmente se fazia lago.
Bem perto, a mãe galinha da água tinha o seu ninho e os pintos de patas enormes ensaiavam temerosos a novidade das águas calmas!
… não resisti e cuidadosamente, como quem contempla uma coisa que vem do princípio do mundo peguei naquela criatura de peluche de bico vermelho… e o milagre aconteceu na fotografia possível.
Depois ,o pinto da água foi à sua vida e a mãe galinha voou, ainda num voo mais bonito, bem perto de mim, como quem diz:
- Obrigado!
Obrigado mãe galinha da água e desculpa qualquer coisinha, mas era só uma fotografia!
… entardecia e vi-te de novo na elegância do voo na guarda dos quatro filhos que em breve serão as asas e a vida animando a tranquilidade do lago.
Mais uma vez obrigado mãe galinha da água!
por: Fernando Calado
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