A zona histórica de Mogadouro encheu-se de gente ao longo de três dias para celebrar o primeiro Festival Terra Transmontana, uma iniciativa que mobilizou, segundo a organização, cerca de seis mil pessoas ao longo do último fim de semana.
Nem as condições atmosféricas adversas demoveram aqueles que, de uma forma ou de outra, ainda apreciam a genuína cultura transmontana e, em particular, a da região do planalto mirandês.
A iniciativa pertenceu à autarquia local que, desta forma, pretendeu proporcionar o contacto com a natureza, as ritualidades solsticiais, a música de raiz folk e tradicional, a gastronomia, as artes e os ofícios, levando, assim, os festivaleiros numa viagem pelo tempo, já que houve uma série de encenações que permitiram uma viagem ao passado.
As cores e as novas tecnologias tomaram de assalto a velha torre de menagem do antigo castelo, que aguentou, como ninguém, as investidas da luz e do som que a foram transformando ao longo da noite.
No entanto, o presidente da Câmara, Francisco Guimarães, não colocou de lado a ideia de que é preciso “limar algumas arestas” para que este festival corra ainda melhor e chamar a intervenção de outros organismos como as escolas e demais coletividades do concelho.
“As escolas só não marcaram presenças, apesar de convidadas, devidos ao período de férias e tornava-se um pouco complicado movimentar os alunos”, frisou o autarca.
O festival foi agendado para o mês de julho já que se trata de uma altura do ano em que há pouca atividade cultural e festiva no concelho.
O autarca mostra-se satisfeito com adesão das pessoas ao festival e prometeu que esta será uma iniciativa para manter, já que traz mais-valias culturais, socais e económicas para toda a região.
“Tudo o que aqui se gastou foi produzido no concelho de Mogadouro, ou seja, desde o pão ao vinho, passando pelos enchidos e outros produtos endógenos”, acrescentou.
E muito foram os agentes locais que se assocariam à festa de forma espontânea, que vão desde o Rancho Folclórico e Etnográfico de Mogadouro, passando pela Filarmónica dos Bombeiros locais, grupos de gaita de fole e bombos, oficinas de música, que ajudaram a criar um ambiente único na zona da vila que está mais despovoada.
Já os visitantes mostraram-se agradados com a festa, como foi o caso de Amélia Lopes, uma mogadourenses que rumou aos Açores, mas que viu no terreiro onde muitas vezes brincou em criança e adolescente um panorama festivo que lhe recordou outros tempos
“Acho que foi uma ideia muito interessante e que é de apoiar e incentivar”, enfatizou.
Francisco Fernandes, também ele de regresso à terra onde nasceu e cresceu, acrescentou que é preciso fazer alguma coisa pela terra e que o festival foi uma iniciativa louvável, embora deixa-se claro que “há sempre algo a acrescentar e arrestas a polir”.
Por seu lado, Fabrício Bastiana, presidente da Associação Cultural para o Estudo e Investigação da Terra Transmontana (Aceitta), a associação que produziu o evento, explicou ao Mensageiro que a “ideia foi pegar no património deixado pelos nossos antepassados e que está a ficar esquecido, e colocá-lo ao serviço de um desenvolvimento integrado e sustentado, projetando o futuro com aquilo que nós melhor sabemos fazer”, disse.
in:mdb.pt
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