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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Desclassificação da Linha do Tua “é um golpe” sem justificação, acusa Movimento Cívico

“Um golpe que não se justifica” e uma atitude que “não é correcta para com o povo transmontano”. O Movimento Cívico reagiu desta forma à desqualificação de dois troços da Linha do Tua. Os quilómetros entre a Estação do Tua e a Barragem, e entre Brunheda e Mirandela. Deixa deste modo de pertencer à rede ferroviária nacional. Filipe Esperança deste movimento não vê justificações para esta decisão do Governo.
 “Aparentemente, foi a última machadada na Linha do Tua. É um golpe que não se justifica de maneira nenhuma, e não é, de todo, uma atitude correta para com o povo transmontano. Depois de tudo que a Linha do Tua já passou, depois de terem sido, em 1990, encerrados tantos quilómetros de linha ferroviária no distrito de Bragança, pela história, pela cultura,  até mesmo a própria necessidade que as pessoas têm de se movimentar, não é a atitude correta, e acaba por descartar as responsabilidades do Governo para um agente que só tem interesses económicos na região”, considera.

Esta decisão foi considerada, em Conselho de Ministros, indispensável para que fosse implementado o Plano de Mobilidade previsto para o Tua. O presidente do Movimento Cívico pela Linha do Tua considera que o povo vai perder o “direito de reclamar”, caso o dito Plano de Mobilidade não satisfaça as necessidades das populações.

“O povo perde o direito à reclamação, expondo de uma maneira muito prática e breve.

A Linha do Tua, neste momento, vai passar a pertencer à Douro Azul, do empresário Mário Ferreira,  que quer explorá-la. O que vai acontecer é, se a empresa assim o entender, a linha passa a ter uma utilização única e exclusivamente turística, que até pode ser sazonal.

Ou seja, os habitantes que ainda hoje são servidos pelo Metro de Mirandela, por exemplo, nas aldeias de Frechas, Cachão e em Carvalhais, e os estudantes  da região, se a empresa Douro Azul assim o entender, e vir que só obtém rentabilidade através da oferta turística sazonal, deixa de prestar o serviço. E nós, o povo, não temos, sequer, a quem reclamar. Não temos a quem dizer “precisamos aqui do comboio”, de algo que é nosso, é público, e que pagamos por anos com os nossos impostos. Perdemos esse direito, por a Linha do Tua foi vendida e desclassificada. A situação é grave, e é uma machadada que não é correta para com a região. O desenvolvimento não passa por aqui”, refere.

Filipe Esperança diz ainda que a situação do metro de superfície, que percorre ainda 16km da linha centenária, pode ficar comprometida.

“Não sabemos em que ponto fica o Metro de Mirandela. Até à data, ainda não se pronunciaram sobre isso. Sabemos que o Metro existir graças a um pequeno subsídio  assegurado pelo Estado. Agora não sabemos como vai ficar até que o Plano de Mobilidade entre em ação. É preocupante esta situação, para aqueles que estão dependentes deste transporte”, frisa.

Filipe Esperança repudia de igual modo adjetivos como “inútil” e “insustentável”, que foram usados no documento que emanou do Governo. Na sua opinião, a linha ferroviária sempre foi “mal gerida pela CP”, com “manipulação de horários e “faltas de manutenção” constantes, o que tornou aquela via obsoleta.

O representante do movimento defende ainda que poderia acontecer ao Tua aquilo que aconteceu “a parte da Linha do Douro”.

O Movimento Cívico pela Linha do Tua promete manter “a vontade de lutar e de recordar aquilo que o comboio deu à região” e por isso, as iniciativas para exaltar os 129 anos de história da Linha do Tua vão continuar, nomeadamente o mais conhecido o Entrar na Linha, que vai para o quarto ano. 

Escrito por Rádio Onda Livre (CIR)

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