CARVALHAIS é sede de uma freguesia nas imediações da cidade de Mirandela, que inclui as seguintes povoações anexas: Contins, Vila Nova das Patas e Vilar de Ledra. Fica a cerca de 4 km dó centro da cidade, na estrada nacional Bragança/Porto. O orago é o espírito Santo.
Tem um passado arqueológico rico em cultura castreja e dolménica, e com uma toponímia ligada ao alto valor histórico que possui. Deste modo, Vila Nova estaria ligada ao arcaico "Villa", que era uma zona territorial agrária. Vilar de Ledra seria a "Terra de Ledra" tão antiga quanto falada e importante em tempos muito remotos. Contins teria origem germânica. Alguns historiadores são de opinião que seria em Carvalhais que se situava a 'Ledra" inicial, sendo cabeça de um "pagus" romano germânico, com uma "civitas" castreja. Para outros o local da sede da "Terra de Ledra" era a actual povoação de Vilar de Ledra, ou ali muito próximo. Em ambas as opiniões surge como dado adquirido o facto de ser na freguesia de Carvalhais a situação da capital da antiga "Terra de Ledra". Mas Carvalhais foi lugar da antiga paróquia de Vilar de Ledra, que, depois do século XV se subdividiu em pequenos curatos. No século XVIII era curato da apresentação do reitor de Mascarenhas, passando mais tarde a reitoria independente.
A sua população em 1950 era de 1609 pessoas. Porém, em 1991 somava 1033 e em 2001 havia 1337 residentes, sendo 664 do sexo masculino.
Como se vê, é uma freguesia em crescimento, pois beneficia das proximidades da cidade de Mirandela cujas construções dão continuidade ao centro urbano já não despegando umas das outras. Mas também devido à fertilidade dos seus terrenos, à planura dos mesmos e aos serviços que ali têm vindo a ser instalados, nomeadamente no domínio do Ministério da Agricultura. Actualmente, a população desta freguesia tem como actividade básica a agricultura e a pecuária, onde a mecanização e as técnicas modernas de cultivo ou tratamento do gado são cada vez mais.
Ao longo do Vale de Carvalhais vêem-se muitas terras em parcelas de exploração intensiva de hortaliças, frutas, viveiros diversos, estufas , árvores de fruto, oliveiras, vinha e batatal. E é frequente ver as manadas e rebanhos de gado pastando nas respectivas explorações, muitas com carácter ainda familiar, mas produtivas. São terrenos de autênticos tesouros, onde se produz um pouco de tudo, que abastece a população local e a cidade de Mirandela, bem como ainda envia para outras zonas do país. Os cafés e restaurantes, bem como outros estabelecimentos comerciais vão surgindo e situam se junto da estrada que segue para Bragança, ou na que vai para a Torre D. Chama, ou ainda na que vai para a Bouça. A rua da Igreja e suas imediações tem se transformado numa zona de muitos serviços nomeadamente comércios. Tem escola infantil, primária, Casa do Povo nova e com boas instalações, bem como uma padaria com alguma dimensão produtiva, um técnico de caleiras, a sede da Junta de Freguesia. O desenvolvimento é notório, pois tem a Escola Secundária de Carvalhais, e a Escola Técnico Profissional de Agricultura. Em Vila Nova das Patas situa-se o Valongo, estação experimental com viveiros de plantas. Nesta povoação anexa, há também uma cerâmica de tijolos e outra de telhas que encerrou há três anos, há uma serração, fábrica de móveis, 2 empresas de materiais de construção civil, bem como fábrica de mármores, de blocos, serralharia mecânica e muitos outros serviços de utilidade para o consumidor. Não faltam dois negociantes, 2 pastores, 1 sapateiro, e explorações agro pecuárias, nomeadamente de gado bovino.
Vila Nova das Patas é uma aldeia cujo nome leva muitas pessoas locais a criarem uma
expressão de humor, pois dizem, que é a "terra das 3 mentiras": não é Vila, não é Nova e não tem Patas. A parte antiga da povoação situa se entre a Igreja e a Ribeira de Carvalhais, mas actualmente as construções estendem se para as outras direcções, transformando o Largo da Igreja na zona Central do casario. Com efeito, a estrada que vem de Mirandela, a partir da Rotunda da Pirâmide e que continua para Carvalhais, ou a que dá acesso para a Bouça, têm visto aumentar a construção civil, prolongando se inclusive para além do Bairro de S. José e até às imediações do cemitério, a norte. Este, ampliado recentemente estava muito afastado da povoação há uma dúzia de anos atrás. Para além da Igreja e seu adro, da Fonte e tanques que estão defronte, dos ninhos de cegonha nas chaminés da antiga cerâmica, podemos observar algumas das suas humildes construções antigas em xisto miúdo, pequenas, mas singelas e com história.
Vilar de Ledra, situada na berma da estrada que segue para Bragança, a cerca de 2,5 km, já a caminho do Romeu, é uma povoação anexa cuja via a fez crescer ao longo das suas margens, transformando se num centro de convívio para onde convergem os locais. A parte antiga da aldeia fica para nascente da referida estrada, tendo de se atravessar o ribeiro. O orago é o S. Miguel festejado todos os anos e com uma Capela a ele dedicada. É também uma terra que tem tido alguma procura para viver já que a distância parta a cidade é reduzida, pelo que as edificações aumentam gradualmente. Em 1995 ali havia 2 cafés, 2 carpinteiros, 1 alfaiate, 1 padeiro, 3 pastores, 1 ferreiro, 1 serralheiro, 1 lagar de azeite, 1 moinho e 2 pontes. A Ribeira do Vale das Pereiras, a Ribeira da Olga, algumas noras de tirar a água e um pombal próximo da povoação, dão um óptimo aspecto de ruralidade bem encaixada no ambiente natural que a rodeia.
Contins é outra anexa de Carvalhais, bem perto do rio Tuela, e para o lado oposto a Vilar de Ledra, torna se igualmente típica, mas diferente, dada a sua situação na natureza. Fica a cerca de 5 quilómetros de Mirandela cidade, facto que tem provocado um efeito contrário ao abandono do local que se vinha verificando. É que o desenvolvimento da sede do concelho e a melhoria dos acessos permitiu que haja já muitos dos seus habitantes a quererem continuar ali a viver, mesmo trabalhando em serviços na zona urbana. Foi sede de uma freguesia cujo orago era S. João Baptista. Tinha em 1995 cerca de 14 alunos a estudar fora, e 11 na primária, 1 alfaiate, 5 pastores, 2 padeiros, 8 negociantes, 10 trolhas e alguns agricultores, apesar de ser um povoado de escassas dezenas de habitações.
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
coordenado por Barroso da Fonte.
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário