Júlio Pomar e Graça Morais no CACGM |
Em entrevista à Lusa, o director do CACGM?, Jorge da Costa, destacou, "em particular, as duas grandes exposições que estão a ser preparadas", a inaugurar em breve. Numa delas, intitulada Humanidades, a pintora Graça Morais vai apresentar 80 obras inéditas, para assinalar este décimo aniversário.
"São obras novas que vão fazer um diálogo com obras mais antigas, nomeadamente de 1982 até 1996, mas sobretudo são 80 pinturas e desenhos sobre papel que foram feitos de propósito a pensar serem expostas, pela primeira vez, aqui em Bragança", contou à Lusa a pintora Graça Morais.
De Bragança para Lisboa
Depois de Bragança, onde ficará até 24 de Fevereiro de 2019, esta exposição irá seguir para o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa. A mostra tem a ver com "as grandes preocupações" da pintora com "os tempos inquietantes" que vive a Humanidade.
A maior parte dos desenhos e pinturas "são de pequenino formato, muito intimistas". "Não é uma pintura do espectáculo. Não são desenhos que as pessoas olhem pela sua grandiosidade, porque caem em cima delas. [Mas] esta pintura vai tocar de certeza as pessoas", acredita a pintora.
Depois de dez anos a mostrar, em Bragança, as obras que foi realizando ao longo da sua carreira artística, Graça Morais não quis agora "continuar a escolher obras que já foram expostas". "Queria ultrapassar-me a mim mesma", afirmou a pintora natural de Trás-os-Montes, da aldeia do Vieiro, em Vila Flor.
Dez anos, trinta artistas
A segunda exposição preparada para o 10.º aniversário do CACGM "é uma espécie de retrospectiva de todas as exposições individuais que aqui foram apresentadas, de artistas portugueses, estrangeiros, de várias gerações", indicou o director Jorge da Costa.
Nesta mostra, vão estar representados 30 artistas que passaram por este espaço cultural, desde Paula Rego, Júlio Pomar, Ana Vieira, Alberto Carneiro a Pedro Calapez e Julião Sarmento, entre outros.
Simultaneamente, o Centro de Arte Contemporânea de Bragança vai mostrar, pela primeira vez, a colecção de arte própria, resultado de um acervo que foi somando ao longo dos dez anos, com doações dos artistas que por ali passaram e outras por instituições.
A colecção começou com a doação, ainda antes de o centro abrir ao público, de 50 obras pela pintora Graça Morais. A par dela, grande parte dos artistas que aqui fizeram exposições foram também doando obras e, "hoje, a colecção já é significativa", com "todas as linguagens representadas, desde pintura, desenho, vídeo, instalação, fotografia", nota Jorge da Costa.
É uma colecção muito heterogénea, acrescenta o director do CACGM, "porque tem, de facto, não só artistas portugueses e estrangeiros, mas tem também artistas das várias gerações". "E uma das coisas extraordinárias também desta colecção é que grande parte das obras, e apesar de estarmos a falar de grandes nomes da arte contemporânea portuguesa, a maior parte delas foram criadas já no século XXI, são contemporâneas, no fundo, deste centro de arte ", diz ainda Jorge da Costa.
Entre as iniciativas programadas para comemorar os dez anos, o Centro de Arte Contemporânea de Bragança vai colocar no jardim do edifício uma nova instalação que "tem uma dimensão monumental, para que as pessoas vivam o espaço na sua totalidade".
A temporada que se segue, em Novembro, traz novidades com um novo projecto nacional, o Gulbenkian Itinerante, que envolve a colecção da fundação e cinco museus do país, a começar no centro de arte transmontano.
Agência Lusa
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