Helena Freitas, a antiga coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI), defendeu que todas as capitais de distrito devem ter ligações de comboio.
A professora universitária sustenta que não se pode manter pessoas no interior sem serviços públicos e que a conectividade é fundamental para combater as assimetrias do território nacional quer no que diz respeito à agenda digital e quer às conectividades físicas, por via rodoviária e ferroviária.
“Nunca teríamos chegado aqui se tivéssemos tido uma ligação ferroviária fácil entre todas as capitais de distrito, não o fizemos em tempo oportuno, agora temos de pensar a mobilidade nessa perspectiva”, defendeu.
Helena Freitas acredita que o regresso do comboio a Bragança, 25 anos depois de a linha ter sido fechada, ainda é possível.
“Bragança está pertíssimo da alta velocidade espanhola e essa ligação pode ser importante do ponto de vista do desenvolvimento económico da região”, referiu.
No simpósio sobre o Ensino Superior, em Macedo de Cavaleiros, Helena Freitas afirmou ainda que considera que é preciso haver mais investimento no interior e manutenção dos serviços públicos. “Ficou aqui à vista que há conhecimento, inteligência, motivação, vontade e resiliência dos territórios. Por isso, é imprescindível que as políticas públicas, da educação e saúde, tragam o reforço de investimento necessário para que as coisas possam prosseguir, que se mantenham serviços nos territórios e um caderno de encargos de investimentos públicos”, destacou.
Helena Freitas afirma que deixou a unidade de missão, mas mantém a missão, e considera que a assimetria entre o interior e o litoral é a pior ferida da democracia portuguesa.
Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro
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