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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 20 de março de 2019

GIRINALDO 1ª versão


Girinaldo, Girinaldo,
Criado de El-Rei mais querido.
Queres tu, ó Girinaldo,
A noite dormir comigo?
- Eu, como criado vosso?..
Senhora, mangais comigo!...
- Não te mango, Girinaldo,
Que eu bem deveras to digo.
- Diga-me, minha senhora,
As horas que eu hei-de ir.
- Vai das nove às dez,
Que meu pai já está a dormir.
Ainda não eram as dez,
Girinaldo ao postigo...
- Quem me bate à minha porta?
Quem me arromba o meu postigo?
- Sou eu, senhora, que venho ao prometido.
- Traz os sapatos nas mãos
Que meu pai não dê sentido.
Foram-se deitar à cama,
Como mulher e marido.
El-rei sonhou um sonho,
Um sonho descolorido.
Ou que lhe dormiam com a princesa
Ou que lhe arrombaram o postigo.
Fica aqui, meu punhal,
Para que lhe sirva de castigo.
Acordou a princesa
Por achar o ferro frio.
- Acorda, acorda, Girinaldo,
Que meu pai deu sentido.
- Maio haja tal cama
Maio haja tal dormido.
Eu antes queria ser morto
Do que em tal cama ter dormido.
- Cala, cala, Girinaldo.
Não sejas tão atrevido,
Que meu pai é tão bom,
Que me casará contigo.
- Donde vens, ó Girinaldo,
Que me tardaste a vestir?
- Venho de dar grão aos cavalos,
Que ainda não tinham comido.
- Não me mintas, Girinaldo,
Que tu nunca me mentiste.
- Donde vens, ó Girinaldo,
Que me tardaste a vestir?
- Venho de dar de beber aos cavalos
Que ainda não tinham bebido.
- Não me mintas, Girinaldo,
Que tu nunca me mentiste.
- Venho de abrir um cofre
Que nunca tinha sido abrido.
- Para matar o Girinaldo...
Criei-o de pequenino!
Para matar a princesa...
Fica o reinado perdido!
Toma tu por esposa,
Ela a ti, por teu marido.
Girinaldo, Girinaldo, criado
De El-rei mais querido.

RECOLHA (1985) de Francisco Baptista, Vilares da Vilariça – Alfândega da Fé.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

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