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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 8 de março de 2019

O entrudo chocalheiro melhor de sempre

O entrudo chocalheiro terminou oficialmente este ano cerca das 18 horas do dia de Carnaval, com a queima do Entrudo, com milhares e pessoas a assistir apesar da chuva e dos avisos de mau tempo, pondo fim ao período mágico da festa dos rapazes.
Foto: António Pereira

Um enorme sucesso segundo as palavras de António Carneiro, o presidente da Associação de Caretos, e de facto foram 4 dias intensos de muita atividade para quem se dedica há cerca de 30 anos de corpo e alma a esta tradição.

A António Carneiro é o grande mentor e o principal obreiro de uma candidatura do Entrudo Chocalheiro a Património Imaterial da Humanidade, a magia dos caretos, a tradição dos rapazes de Podence, simbolizam aqui todo um mundo de agrário, rural e profundamente isolado que resistiu orgulhosamente ao passar dos anos e á globalização.

Este mundo novo que agora está a ser desbravado pelo digital e pelos social media, jogam a seu favor na divulgação mas podem sobretudo descaracterizar aquele que é considerado e justamente o carnaval mais genuíno de Portugal.  

António Carneiro teme também a massificação, mas diz que a possível aprovação a património imaterial mundial, vai trazer mais responsabilidade e ajudar no rigor e na manutenção das tradições seculares.

Tradições essas que estiveram patentes durante os 4 dias do evento, desde logo com a animação diária de rua pelos caretos, muitos deles vindos dos diversos países de emigração, que regressam neste período para rever a família e participar especialmente no entrudo.

No primeiro dia foi a vez da cidade de Macedo de Cavaleiros assistir á uma invasão de caretos, com um desfile noturno e assalto à Câmara, numa noite mágica que cada vez mais suscita admiração e trás muitos forasteiros á cidade.

Domingo gordo foi a dedicado ao um passeio pedestre, rondas das tabernas, inauguração de uma Mega estátua na A4, junto da saída do Azibo, inauguração de uma exposição de Máscaras de Miguel Silva, “Careto rotura e continuidade” na casa do Careto de Podence e caretos á solta todo dia.

Véspera de dia de carnaval, foi o dia de visita ao Geoparque património da UNESCO Terras de Cavaleiros, visita esgotada com muita antecedência, apanha do grelo,  raid fotográfico e uma conferencia sobre Património Cultural Imaterial, e para terminar o dia a tradicional sessão do Pregão casamenteiro no largo da Igreja, a terminar com desfile da Máscara mágica e queimada para todos e queima do diabo.

No dia de carnaval, o entrudo chocalheiro toma todo o seu esplendor com dezenas de caretos por toda a aldeia, não há sossego para as moças, os forasteiros e foliões juntam-se todos pelas ruas que ficam estreitas para tanta gente,  a chuva ameaça, mas o pessoal junta-se nas tasquinhas, enumeras abertas só para esta ocasião,  tabernas improvisadas em currais, tudo serve para servir uma refeição de fumeiro tradicional e de vinho da região, não falta a alheira, a chouriça e o caldo verde, pão do bô, e muita alegra. 

Podence vive neste período de carnaval a sua antítese, por uma semana parece a rua da Alegria no Porto, a Rua Augusta em Lisboa, todos os emigrantes regressam, recebem amigos, a aldeia explode de gente, e tudo isto se deve apenas tão só a uma tradição que perdura à milhares  anos e que teimam em manter para nossa alegria mas sobretudo um enorme orgulho de ser transmontano e um sentido de pertença a uma comunidade.

Fotos: AP
in:diariodetrasosmontes.com

Está a ser preparada uma galeria fotográfica e um video para publicar oportunamente




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