Apesar de o ano passado, muitos não terem tido a oportunidade de passar pela bênção das pastas e pela queima das fitas, este ano, o cenário é outro, ainda que com restrições. Para já, os alunos do IPB dizem que a pandemia roubou o espírito de finalista. Diana Rodrigues termina este ano a licenciatura em Gerontologia no Instituto Politécnico de Bragança. Disse estar feliz, mas triste ao mesmo tempo.
“É bastante complicado. É um misto de emoções, de revolta e tristeza ao mesmo tempo, mas também feliz porque não tarda posso realizar a queima das fitas independentemente das restrições”, contou.
Este é o fim de uma etapa que Diana deseja festejar junto dos familiares, mas que a pandemia também não permite.
“Vai ser um dos dias mais importantes, mas também vai ser um dos mais tristes, porque não vou ter comigo quem gostava de ter, ou seja, os meus pais e o meu irmão, que estão noutro país e não conseguem vir cá”.
Também Paulo César termina este ano a licenciatura e a queima das fitas é um dos momentos mais esperados. Apesar de estar ansioso, admite que com todas as restrições a “emoção não é a que deveria ser”.
“Eu acho que vai ser um dia rápido, a missa vai ser simples e a queima, na escola, também deve ser uma coisa muito rápida e muito simples. Quando eu entrei no politécnico, toda a vida académica que eu vivi, a praxe, a queima das fitas do meu padrinho e da minha madrinha, era um sonho que eu tinha mais tarde, ser praxante, ter a minha queima e não foi possível”, disse.
A pandemia também obrigou ao cancelamento das praxes académicas. Para muitos está claro que a praxe é importante para a integração dos novos alunos. E é a própria caloira Inês Afonso que o confirma.
“Foi triste e desmotivador, porque é muito mais difícil fazer amizade, a integração também é um bocado mais complicada, não temos aquelas festas que há todos os anos. Ainda só estive com um terço da turma. Faz-me sentir que perdi muita coisa”, afirmou.
Sabrina Gomes é outra das caloiras que sem a praxe se sentiu desamparada. Ainda assim, há a oportunidade de ser praxada no segundo ano até porque se assim não for, não poderá vestir o traje.
“Quando cheguei a Bragança pensei ‘Meu Deus agora não há praxe, vou ficar sozinha, não conheço ninguém’. O que gostaria mesmo era usar já o nosso traje e pertencer a eventos de caloiros, mas o mais importante é que os mais velhos nos acolheram muito bem, mesmo não havendo praxe”, contou.
Segundo o presidente da Associação Académica do IPB, ainda estão a ser feitas reuniões para determinar em que moldes acontecerá a missa e a queima. Hugo Nobre adiantou ainda que este ano vai também realizar-se a missa de bênção das pastas e a queima das fitas dos finalistas que terminaram o curso no ano lectivo passado.
Os finalistas do IPB falam em “misto de emoções” com a queima das fitas à porta. Já alguns caloiros disseram que sem a praxe a integração foi muito mais difícil.
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