No concelho que é o segundo maior produtor de castanha a nível nacional, esta é a única cultura agrícola em crescimento em Vinhais. Conhecido pelo fumeiro, o concelho tem nesta fileira e na castanha os principais motores da economia.
Se em 2009, havia 5 mil hectares de soutos, actualmente são já 10 mil os hectares ocupados por castanheiros no concelho de Vinhais, o que segundo o presidente da Arborea - Associação Agro-Florestal da Terra Fria Transmontana, Abel Pereira, representa mais de 10% do território do concelho. "É a única cultura que representa bastante na economia do concelho. É a única que mexe com a economia e ainda há algum incremento. É a única cultura que está a crescer no concelho. Embora haja muito desânimo, há pessoas que dizem que isto não se vai manter, porque cada vez aparecem mais problemas, mas o que eu penso é que continuará a ser uma cultura com interesse. É a cultura que, à data, representa algo para a economia".
Os 2 mil produtores do concelho colhem em média 8 a 9 mil toneladas por ano, o que se traduz em 10 a 15 milhões de euros de euros de rendimento. Mas a fileira da castanha pode movimentar até 25 milhões de euros anualmente.
Além da castanha, outro pilar importante da economia de Vinhais é o fumeiro.
Para produzir este fumeiro, que tem certificação IGP, é essencial a carne do Porco Bísaro, uma raça autóctone que esteve praticamente extinta e que foi recuperada pela Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara (ANCSUB), explica Pedro Fernandes, da Associação. "Essa foi uma das razões que fez a associação decidir recuperar esta raça: acrescentar valor ao fumeiro, que já de si era conhecido e valorizado. Foi assim que se conseguiram as qualificações comunitárias. A Indicação Geográfica Protegida penso que se não fosse feita com raça bísara não era possível de a obter".
Estima-se que o sector represente entre os 6 e 7 milhões de euros anuais no concelho. Há 27 anos, foram identificados apenas 15 animais em toda a região com as características da raça de porco bísaro. Actualmente, há 5500 porcas reprodutoras no país, 330 no concelho.
O concelho está inserido no Parque Natural de Montesinho e desde 2008 com o Parque Biológico de Vinhais, que acaba por ser uma montra da fauna e flora desta área protegida.
Desde a abertura, já foi visitado por cerca de 400 mil pessoas e no equipamento já pernoitaram aproximadamente 90 mil pessoas.
E se nos últimos dois anos, com a pandemia, os visitantes diminuíram, em sentido contrário as dormidas cresceram. "Tivemos a capacidade máxima sempre ocupada e aí notámos algumas diferenças que foi conseguir chegar a gente ainda mais longe, porque o nosso grande público é da área metropolitana do Porto. Na pandemia, quer em 2020 quer em 2021, conseguimos ter gente de Coimbra, Lisboa, Sintra, Setúbal... conseguimos a gente de mais longe. Agora, em 2022, já temos para o mês de Agosto 90% de ocupação".
Além do património natural, Vinhais é um concelho muito marcado por rituais e tradições, como os caretos que são uma das inspirações de Maria Jorge Torres, que se mudou para Rebordelo para se dedicar à escultura e cerâmica.
Apesar de parecerem peças decorativas, o objectivo que faz são para serem utilizados. "O meu objectivo é que as pessoas usem isto no seu dia-a-dia. Acho que temos que aproximar as pessoas da arte. Temos que as sensibilizar. Não podemos, muitas vezes, esperar que elas vão a um museu para ver arte. A arte tem que estar no nosso dia-a-dia, naquilo que fazemos. Temos que a associar aos nossos sentidos".
Desde o Verão do ano passado que está a produzir colecções inspiradas na natureza transmontana e além de fazer conjuntos de loiça e apresentar propostas, aceita, ao mesmo tempo, encomendas ou pedidos de variações em relações às peças.
Sem comentários:
Enviar um comentário