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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

UM CASO DE TELEPATIA

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

A irmã de minha mãe vivia em Trás-os-Montes, numa pequena e modesta aldeia, entalada entre montes, e aninhada em fresco e fértil vale paradisíaco.
Era casada recentemente, e tinha um menino, que era o seu enlevo.
O marido, homem dinâmico, labutava arduamente no campo; ela, cuidava com esmero do maneio da casa: dava de comer aos animais e tecia em tosco e desengonçado tear, garridas mantas de farrapos.
Eram felizes, na singela, mas desafogada, vida campesina.
Um dia, o menino sentiu-se mal. O clínico – velho médico da Vila, – auscultou-o atentamente, e deu-lhe a triste nova, que a criança tinha que ser operada, urgentemente, no Porto.
Aflita, embrulhou à pressa, o garotinho, em fresca e macia manta, e calcorreou farta légua, coleando escabrosos e sinuosos cerros, porque nesse recuado tempo não havia estrada.
Depois, desceu até ao Porto, no ronceiro e tardo comboio do Douro.
De coração contrito, bateu à porta da irmã, pedindo-lhe encarecidamente socorro, esbaforida e estonteada pelo rumor da cidade, e pelo ardor da tarde escaldante.
Condoída, minha mãe ajudou-a a internar o menino, e acolheu-a carinhosamente em sua casa.
Dias depois, abalou, confiando o filho ao cuidado da irmã citadina.
Tempos depois, subitamente entra na nossa casa, asseverando, que o filho acabara de ser operado, e que ouvira, dentro de si, sua dolorosa voz, pedindo socorro.
Foram ao hospital, contestaram que realmente o menino fora operado com sucesso, essa manhã.
Muitos são os cientistas que duvidam da existência da telepatia, ou seja: a possibilidade de transmitir o pensamento, de cérebro a cérebro, desde que estejam em sintonia.
Como se um fosse o emissor e o outro recetor.
Essa possibilidade tem sido demonstrada até em espetáculos, mas há cientistas que duvidam, já que em muito casos – ou todos, – são meras mistificações.
Assisti, em Bragança, a cenas de telepatia, realizadas por indivíduo, que guiou, de olhos vendados, uma viatura pelas ruas da cidade.
Não julgo nem nego a possibilidade dos espíritos se comunicarem através de energia elétrica, emanada de cérebro a cérebro, apenas relato caso entre mãe amorosa e filho primogénito.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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