O objectivo foi alertar para direitos na gravidez, no parto e no pós-parto. De acordo com Elza Vaz, representante no distrito do Observatório de Violência Obstétrica, há práticas que ainda são feitas na maternidade de Bragança e que são desaconselhadas.
“Ainda há bastantes queixas, mesmo a Manobra de Kristeller que já é desaconselhada e continua a ser feita. Continuamos a ter mulher a parir na posição que sempre foi feita, que estão deitadas e restritas aquela posição, mas está provado pela evidência científica que a mudança de posição promove a que haja um parto em que seja mais fácil a saída da criança e em que se evita que haja a episiotomia. Há muitos casos em que não é estritamente necessário adoptar medidas tão invasivas e continuam a ser feitas e é isso que tem que mudar”, referiu.
O plano de parto e a preparação dos hospitais para o porem em prática é outra das lutas.
“Há hospitais que não estão preparados para uma mulher chegar lá e ter o plano de parto, ou seja, o que querem no parto. É um paradigma que tem que ser mudado e temos que informar as mulheres que têm essa possibilidade, é um direito”, acrescentou Elza Vaz.
Marlene Pereira esteve no protesto e foi uma das mulheres que diz ter sofrido de violência obstétrica. Teve o primeiro filho em Bragança há seis anos e não pôde ter o companheiro perto de si. Queixa-se de não ter sido informada dos procedimentos tomados.
“Foi-me dada uma epidural ou anestesia local para eu sentir dores, sem me explicarem que eu ia deixar de ter qualquer tipo de movimento, que eu não ia conseguir sentir o bebé sair, não ia conseguir força. Só me diziam que eu não estava a fazer bem a força, o médico empurrou-me a barriga, aquilo que já é desaconselhado, que é a Manobra de Kristeller, e fizeram-me uma episiotomia sem qualquer tipo de consentimento”, contou.
Os protestos aconteceram por todo o país e foram organizados pelo Observatório de Violência Obstétrica em Portugal.
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