Muito de nós, por força do falecimento dos nossos progenitores, somos confrontados com a realidade da casa, na aldeia, que em tempos foi o nosso lar, o nosso chão sagrado dos afetos e espaço das vivências familiares mais intensas e felizes, estar agora vazia, triste e condenada.
Dói o coração ver assim o esforço de uma vida, a superação de tantos e tantos sacrifícios, em tempos de letras bancárias com taxas de juro elevadíssimas e salários de miséria, para nos ser oferecida a decência de um teto e o conforto de um espaço de construção de vida e de sonho de futuro, como extensão direta duma mesma dignidade humana reivindicada a pulso, suor e lágrimas.
Com a casa vazia a convergir para tantas outras casas vazias, em numerosas aldeias, constata-se que não só ficam vazias as casas, mas as próprias aldeias.
Vazias de pessoas que ali viviam e vazias de pessoas, como de nós, seus filhos, que tanto quanto nos era possível as íamos rever e conviver, somando-nos a elas e, agora, deixando de ter razões familiares e afetivas, vamos deixando de ir, talvez lenta e gradualmente até que quiçá seja definitivamente.
É a síndrome das casas vazias que esvaziam as aldeias, que se manifesta como um conjunto de sinais e sintomas que caraterizam uma doença grave, demográfica, social e política.
Cada dia se vai assistindo ao aumento desta síndrome, que não se concentra somente nas aldeias pequenas a que praticamente ninguém fez algum dia caso, mas igualmente nas aldeias de maior densidade populacional.
Urge refletir em como e com que meios se pode responder a estes sinais.
Necessita-se de projetos concretos, de sustentabilidade e de desenvolvimento, de perceber as necessidades especificas de cada aldeia e as ideias de solução que defendem as pessoas que nela habitam. Neste sentido é necessário promover o envolvimento de todos, cidadãos, responsáveis políticos, muito para além das querelas das cores político-partidárias, empresários, responsáveis institucionais e da sociedade civil, investidores, etc.
Penso que já é tempo de se concluir definitivamente que se não vai lá com um enfeite ou outro de jardim, com arranjos urbanísticos de espaços públicos ou de criação de “santuários” de borboletas ou de outras espécies (não pondo em causa a importâncias das mesmas), como se veem em algumas freguesias neste País!
É necessário reforçar nas aldeias o acesso qualificado aos serviços públicos, baixar os impostos para quem nelas vive, em apoiar quem faz a recuperação das casas devolutas, em propiciar que as empresas atuais possam continuar a evoluir e incentivar outras que se queiram implantar criando riqueza e postos de trabalho.
Era fundamental que o montante de fundos europeus recebidos, per capita, chegasse efetivamente aos habitantes das aldeias por Programas que sejam mais ativos e menos burocráticos para que não chegue o dia em que é tarde de mais. Há que dignificar as aldeias até pela função essencial que nelas se realiza, que é o contato com a terra, a produção de alimentos e a preservação da natureza.
As pessoas estão a ficar cansadas de ilusões e de mãos cheias de nada.
Dói o coração ver assim o esforço de uma vida, a superação de tantos e tantos sacrifícios, em tempos de letras bancárias com taxas de juro elevadíssimas e salários de miséria, para nos ser oferecida a decência de um teto e o conforto de um espaço de construção de vida e de sonho de futuro, como extensão direta duma mesma dignidade humana reivindicada a pulso, suor e lágrimas.
Com a casa vazia a convergir para tantas outras casas vazias, em numerosas aldeias, constata-se que não só ficam vazias as casas, mas as próprias aldeias.
Vazias de pessoas que ali viviam e vazias de pessoas, como de nós, seus filhos, que tanto quanto nos era possível as íamos rever e conviver, somando-nos a elas e, agora, deixando de ter razões familiares e afetivas, vamos deixando de ir, talvez lenta e gradualmente até que quiçá seja definitivamente.
É a síndrome das casas vazias que esvaziam as aldeias, que se manifesta como um conjunto de sinais e sintomas que caraterizam uma doença grave, demográfica, social e política.
Cada dia se vai assistindo ao aumento desta síndrome, que não se concentra somente nas aldeias pequenas a que praticamente ninguém fez algum dia caso, mas igualmente nas aldeias de maior densidade populacional.
Urge refletir em como e com que meios se pode responder a estes sinais.
Necessita-se de projetos concretos, de sustentabilidade e de desenvolvimento, de perceber as necessidades especificas de cada aldeia e as ideias de solução que defendem as pessoas que nela habitam. Neste sentido é necessário promover o envolvimento de todos, cidadãos, responsáveis políticos, muito para além das querelas das cores político-partidárias, empresários, responsáveis institucionais e da sociedade civil, investidores, etc.
Penso que já é tempo de se concluir definitivamente que se não vai lá com um enfeite ou outro de jardim, com arranjos urbanísticos de espaços públicos ou de criação de “santuários” de borboletas ou de outras espécies (não pondo em causa a importâncias das mesmas), como se veem em algumas freguesias neste País!
É necessário reforçar nas aldeias o acesso qualificado aos serviços públicos, baixar os impostos para quem nelas vive, em apoiar quem faz a recuperação das casas devolutas, em propiciar que as empresas atuais possam continuar a evoluir e incentivar outras que se queiram implantar criando riqueza e postos de trabalho.
Era fundamental que o montante de fundos europeus recebidos, per capita, chegasse efetivamente aos habitantes das aldeias por Programas que sejam mais ativos e menos burocráticos para que não chegue o dia em que é tarde de mais. Há que dignificar as aldeias até pela função essencial que nelas se realiza, que é o contato com a terra, a produção de alimentos e a preservação da natureza.
As pessoas estão a ficar cansadas de ilusões e de mãos cheias de nada.
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