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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Apicultura vive o pior momento de sempre com quebras de 85% na produção de mel

 As alterações climáticas, a seca, os incêndios e a crise económica são as causas apontadas para esta situação delicada que o setor atravessa. Apicultores pedem medidas urgentes por parte do Governo lembrando que são os únicos que não têm apoios diretos à produção.

As quebras de produção na região de Bragança rondam os 85% © Nuno Alegria (arquivo)

A denúncia parte da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP), que pede apoio urgente por parte do Governo, sob pena dos apicultores começarem a abandonar a atividade por falta de rentabilidade. "Quando acabar o apicultor acaba a apicultura e, neste momento, a apicultura está a passar a pior fase de que nos lembramos. Eu tenho cerca de 40 anos de apicultor e nunca me lembro de passar por uma fase destas". O lamento é de Manuel Gonçalves, presidente da FNAP.

As alterações climáticas, a seca, os incêndios e a crise económica são as causas apontadas para esta situação delicada que o setor atravessa, porque afetou a floração e com isso fica comprometida a sobrevivência das abelhas que não têm alimento.

As quebras de produção na região de Bragança têm sido significativas. Rondam os 85%. "Em anos normais, aqui na Terra Quente a média de produção andava nos 20 a 30 quilos por colmeia. Há três anos, houve uma média de 7 a 8 quilos e o ano passado não passou dos 3 quilos. Ora, para criar riqueza, tem de ter, no mínimo 10 quilos, agora com três quilos, estamos a pagar para trabalhar", refere José Domingos Carneiro, presidente da Cooperativa dos Produtores de Mel da Terra Quente, gestora de uma zona controlada que abrange os concelhos de Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Vila Flor e Torre de Moncorvo.

Um caso concreto. Carlos Alves é o maior apicultor do Parque Natural de Montesinho. Tem 1200 colmeias, em Passos de Lomba, concelho de Vinhais. Iniciou a atividade na apicultura há sete anos e sempre foi rentável, mas agora os prejuízos são enormes. "Pelas minhas contas, o ano passado, na minha exploração, que se dedica exclusivamente à produção de mel, tive prejuízos entre os 12 a 15 mil euros", conta. E a continuar assim, pondera mesmo abandonar a atividade. "Se este ano tiver perdas, em 2024 tenho que pensar seriamente se posso continuar ou não na atividade porque está a deixar de ser rentável. As produções estão a ser muito baixas, o custo de produção está elevadíssimo, os materiais para a apicultura estão muito caros, os alimentos também, o preço deles duplicou", acrescenta.

Já Bernardete Valente, uma experiente apicultora de 81 anos de Torre de Moncorvo, diz que tudo tem vindo a mudar nos últimos anos e com prejuízo assinalável não só para a apicultura, mas para todo o ecossistema. "Desde que começaram os herbicidas, começaram a desaparecer as plantas e o mel começou a cair e com a chegada dos incêndios, então acabou com tudo", afirma.

Perante este cenário, o presidente da FNAP pede que o Governo tome medidas urgentes. "A única coisa que reivindicamos é uma medida agro-ambiental e os apoios que todas as outras atividades agrícolas têm", lembrando Manuel Gonçalves que não há qualquer apoio direto aos apicultores.

Fernando Pires

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