O transmontano foi político e um grande impulsionar da economia e agricultura na região. Agora a sua história está no livro “Camilo de Mendonça Uma Biografia e Um Testemunho”. “Foi bastante trabalhoso mas conseguiu-se o essencial. A documentação são cópias que trazia do Cachão quando vinha para casa para estudar à noite os dossiers, rascunhos de ofícios para ministérios, cartas recebidas de ministros, de instituições, e foi nisso que foi baseada a biografia”.
O complexo Agro-Industrial do Cachão está praticamente abandonado, apenas com duas ou três empresas a laborar e o matadouro. Para o filho de Camilo de Mendonça, a culpa é dos agricultores que deixaram de estar unidos. “Aquilo era uma cooperativa de grande dimensão que tinha uma locomotiva à frente que era o Camilo de Mendonça. Neste momento o que acontece é que a locomotiva parou e as carruagens pararam todas, o que é dramático, porque a dimensão da propriedade que temos em Trás-os-Montes, sobretudo no interior Norte, são de tal forma pequenas que não há hipótese nenhuma de fazer reconversões. O sistema industrial e comercial estava todo montado, os agricultores não quiseram pegar nele”.
Em Mirandela está ainda situada a Direcção Regional de Agricultura, que agora passa a integrar a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Para Álvaro Mendonça esta decisão foi um retrocesso no desenvolvimento. “A passagem da Direcção Regional de Agricultura para a Comissão de Coordenação são 50 passos atrás, vai burocratizar, vai recentralizar no Porto aquilo que estava descentralizado em Trás-os-Montes e no Minho”.
Todo o espólio de Camilo de Mendonça foi doado ao Arquivo de Bragança, na passada sexta-feira. Camilo de Mendonça nasceu em 1921 em Vilarelhos, no concelho de Alfândega da Fé, e foi o grande impulsionador do Complexo Agro-Industrial do Cachão. Foi político e morreu em 1984.
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