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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Heranças Literárias

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Em comunicação direta aos associados a Direção da Academia de Letras de Trás-os-Montes (ALTM) deu nota da jornada literária iniciada no dia 27 de outubro em Vila Real. Sob o pretexto da apresentação do livro “Enquanto Diana Dormia” da autoria do Presidente da Mesa da Assembleia da ALTM, Francisco Caseiro Marques, quem acorreu ao Centro Cultural vilarrealense pode ouvir, não só a Presidente da Direção, Assunção Anes, mas igualmente a escritora e antropóloga brasileira, Maria de Nazaré Paes de Carvalho. Com visitas, nos dias seguintes a Sabrosa, Montalegre, Chaves e Lamego, os dois dirigentes portugueses, acompanhadas da paraense completavam o ciclo anual dos Encontros Literários da Lusofonia, iniciados em agosto em Belém do Pará.
Esta cooperação cultural, foi iniciada pelo município de Bragança, quando era presidente Jorge Nunes e foi-lhe dado seguimento pelo atual executivo nordestino e, entretanto, no âmbito de inquestionável legitimidade, ficou totalmente suportado pela ALTM. A participação dos dirigentes da Academia nas jornadas deste anos, na Amazónia, já não teve qualquer apoio institucional, o que deve ser assinalado.
Em texto recente publicado na imprensa regional critiquei a forma como a Academia de Letras participou na Festa dos Livros, onde a promoção dos autores locais foi secundarizada de forma pouco condicente com a missão da ALTM. Houve quem visse nesse meu artigo uma acusação à ALTM e um ataque direto à sua Presidente. Pelo contrário, era uma declaração de apoio claro e incondicional à Academia… se, perante situações de difícil decisão resolvesse prescindir do determinado apoio político, em prol do interesse associativo. Defendi o entendimento e a colaboração da nossa agremiação com todas as autarquias transmontanas, sem exceção. Porém, antes disso está a missão vertida nos estatutos e se, em determinado momento, a opção, legítima, de qualquer edilidade se afastar do interesse cultural dos autores a direção deve optar por estes últimos mesmo que isso represente uma perda de apoio. Assunção Anes, a quem reconheço e credito inteligência e perspicácia, sobretudo, dedicação à literatura em terras transmontanas terá percebido (o contrário seria uma grande desilusão…) que terá em mim um defensor de uma posição que, apesar da dependência dos poderes locais, não pode ser de subalternidade, no que toca aos interesses dos associados da instituição que dirige. O horizonte e a atuação da ALTM não é, nem tem de ser, coincidente com o dos poderes regionais e as escolhas justas, de cada uma das partes, sendo bom que se complementem, não têm que ser idênticas em todo o tempo.
As heranças lusitanas na amazónia representam um ativo cultural que deve ser acarinhado, promovido e desenvolvido. Fazê-lo, cumpre, integralmente, o que está plasmado nos Estatutos da nossa Academia. Não tem, necessariamente, de fazer parte do programa cultural de qualquer Câmara.
Tendo criticado a forma como a ALTM se associou a um evento que, na sua concretização, se afastou dos interesses que deve promover, não posso deixar de elogiar a adesão a uma iniciativa que, pelo contrário, coincide com estes.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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