O preço do azeite vai chegar aos 10 euros por litro ou ultrapassar. Isto deve-se à situação de seca em Espanha. O país vizinho é o que mais produz no mundo e por isso marca o preço nos mercados.
Os produtores da região têm vindo a aumentar ao preço do produto e este ano estão a ponderar voltar a fazê-lo já que, além de o azeite subir em todo o mundo, por cá, a campanha de 2023 é apenas média. “No início da campanha do ano passado, os cinco litros de azeite, custavam 26 euros. Este ano chegou aos 45/46”, disse Adrião Rodrigues. “Ainda não comecei a campanha, por isso ainda não sei que custos de produção que vou ter. Há muitos custos inerentes à produção e esses custos têm que se incorporar. Só depois de saber o custo disso é que posso saber o que fazer. Quem produz tem de vender para ganhar dinheiro”, referiu Hugo Santos. “Tem vindo a subir fruto da má campanha do ano passado. Esta campanha é média e a do ano passado foi péssima, não dá para equilibrar. O nosso preço também sobe porque há também muitos custos de produção, que têm vindo a subir recentemente”, disse João Menéres.
Francisco Vilela, da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, assume que o aumento não se deve, sobretudo, à inflação, mas sim à falta de produção e diz que, mesmo com a subida de preço, os produtores não estão a lucrar. “Mesmo que o azeite duplicasse de preço, o que acontece é que se os agricultores estão a produzir, sensivelmente, metade daquilo que conseguem produzir, tendo em conta aos aumentos dos custos de produção, não estão a conseguir melhorar o seu rendimento. É provável que o azeite se mantenha numa cotação elevada em relação ano anterior mas, mesmo assim, inferior”.
A campanha, este ano, que, para alguns produtores, já começou e para outros está prestes a arrancar, não será muito boa, mas é melhor que a do ano passado. “É uma campanha com pouca azeitona. Devido às condições climatéricas dos últimos dias, os azeites verdes serão tardios e há azeitona a cair, devido ao vento forte que se tem feito sentir”, esclareceu Adrião Rodrigues, que disse que a qualidade será boa porque “não houve geadas nem oxidações”. “Este ano prevê-se, a nível de quantidade, um bocadinho melhor do que o ano passado, mas também vai ser de pouca quantidade. A nível de qualidade ainda é muito cedo para saber. Nós só vamos começar a campanha no fim do mês. Só nessa altura consigo saber se a qualidade é boa ou não”, esclareceu Hugo Santos. “O ano passado foi a nossa pior campanha de sempre e este ano estamos a arrancar. É um ano médio mas, comparando com o ano passado, é excelente. Prevemos ter boa quantidade”, referiu João Menéres.
De acordo com a DECO Proteste, o azeite foi o produto que mais aumentou de preço, no último ano, de entre o cabaz de bens essenciais que a associação monitoriza.
Uma garrafa de azeite virgem extra, de 750 mililitros, custava, em média, cinco euros e meio e agora custa mais de nove e meio.
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