«Estou tão satisfeito do bem que V. S.a se tem havido no serviço de S. Magestade que Deos guarde e deffensão dessa praça que fico com todo o cuydado para lho reprezentar e grande he o serviço que se lhe faz na continuação dos avizos que resebo de V. S.a; do cappitão mor tive ja este mesmo avizo e me dizia tãobem que o dano era nas cazas. Eu estou fazendo os milagres que se vem sendo soo Deos o que obra pois sendo o poder do ynimigo tão grande como V. S.a e todos sabem cezom que me acho não chegar a guarnição desta praça ainda asy estando o ynimigo junto do Ryo Frio mandei em des deste pella manhã o commissario geral com a cavallaria que aqui tenho a avistar o ynimigo que o fez de maneira que escaramuçou com elle tomando-lhe hum soldado com seu cavallo e se lhe mattou outro cavallo; e sabendo ontem que o ynimigo se veo com os esquadroens e batalhoens formados reforçados com mais des companhias que lhe chegarão alojar com toda a cavallaria junto ao lugar de São Jullião mandei a nossa cavallaria que serião noventa homens que no coarto da madorra comettessem o exercito passando a cutello tudo o que achassem diante de sy; foy Deos servido dar-nos tão bom successo que asy succedeo sem perigarem os soldados mortalmente ficando dez e seis cavallos mortos e coatro ou sinco soldados feridos facção vallerosa e não vista foy esta logo que a nossa cavallaria entrou nesta praça me fuy a Nossa Senhora a dar graças. O ynimigo vay queimando os lugares por onde vay passando e eu ate agora sem poder para lhe sahir sequer a cintar-lhe o paço; sobre isto tenho escrito ao cappitão mor dessa praça como elle lá tera ditto a V. S.a.
Toda a facção que se fizer me parece sera muito boa com se não arriscar a praça per horas espero hu correo que tenho mandado ao cappitão mor e outros para com a reposta me determinar ao que ey de fazer. Deos Guarde a V. S.a.
Toda a facção que se fizer me parece sera muito boa com se não arriscar a praça per horas espero hu correo que tenho mandado ao cappitão mor e outros para com a reposta me determinar ao que ey de fazer. Deos Guarde a V. S.a.
Bargança 12 de Outubro de 1641. Ruy de Figueiredo» (342).
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(342) Cópia da carta original que se conserva no Arquivo do Paço Episcopal em Bragança.
Ver o tomo II, p. 77, destas Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA
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