Sobreiro. Fotografia Uliana de Castro/Palombar. |
Este projeto, financiado pelo programa europeu COMPETE 2020 e iniciativa REACT-EU, tem como parceiros a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, o Instituto Politécnico de Bragança, o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto e o MORE - Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação.
Aprovado em outubro de 2022, no âmbito deste projeto, foram já desenvolvidos vários planos para a gestão, atual e futura, da área de intervenção, localizada na freguesia de Algoso, no concelho de Vimioso (distrito de Bragança), no Nordeste Transmontano, e que também está integrada na Zona Especial de Conservação e Zona de Proteção Especial Rios Sabor e Maçãs da Rede Natura 2000, bem como na Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica.
Foram elaborados, nomeadamente, um Plano de Intervenções de Conservação e Gestão dos Solos e dos Habitats, que compreende ações de beneficiação necessárias para reconversão de uma área de 64 ha de eucaliptal, para a gestão das manchas de matos mediterrânicos, para a recuperação de linhas de água e para a recuperação dos solos da área de intervenção (100 ha); um Plano de Redução dos Risco de incêndios, no qual foram desenhadas as intervenções que permitem proteger 100 ha e reduzir o principal risco que afeta a área de intervenção e um Plano Integrado de Monitorizações, que inclui um conjunto de planos de monitorização da evolução da área de intervenção, nos tópicos da biodiversidade e dos solos.
Adicionalmente, foram implementadas várias ações de gestão e conservação dos solos e dos habitats, tendo sido realizadas intervenções de reconversão de eucaliptais para sobreirais e azinhais num total de 52 ha, através de gestão da vegetação espontânea, remoção de eucaliptos, aproveitamento da regeneração natural de sobreiros e azinheiras e sementeira e plantação de sobreiros e azinheiras; ações de gestão de manchas de matos mediterrânicos - foram geridos 22 ha de matos, através dos cortes em linhas alternadas e do aproveitamento da matéria retirada para a sua utilização na produção de composto orgânico -, e desenvolvidas medidas de recuperação de galerias ripícolas, nomeadamente ações de limpeza de vegetação, retirada de eucalipto e plantação e condução da regeneração natural em cerca de 3 ha. Implementaram-se ainda ações de redução dos riscos de incêndio em 26 ha.
Reconversão de eucaliptais em florestas de sobreiros e azinheiras. Fotografia Palombar. |
Foi também criada a Estação de Compostagem de Base Local (ECBL), para onde foram direcionados os resíduos da gestão de vegetação realizada na área de intervenção (matos) e misturados com matéria orgânica (estrume de gado asinino) para produzir composto que foi, depois, incorporado nos solos da área de intervenção. A ECBL foi monitorizada quanto aos teores de humidade e temperatura para garantir a formação de composto de qualidade.
Desenvolveram-se igualmente atividades de comunicação e divulgação do projeto, nomeadamente uma sessão de apresentação que decorreu no dia 17 de junho de 2023, data em que se assinalou o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca e na qual participaram cerca de 50 pessoas e foram realizadas duas sessões de transferência de conhecimento: a primeira decorreu no dia 13 de dezembro de 2023 e foi dedicada ao Combate à Desertificação e a segunda realizou-se no dia 15 de dezembro, focada na Compostagem, tendo contado com a presença de 22 pessoas.
O projeto desenvolveu várias ações de avaliação e monitorização do solo, dos habitats e da biodiversidade da área de intervenção para promover o restauro holístico do ecossistema local. As medidas de continuidade e consolidação do projeto estão a ser implementadas com o apoio da Viridia - Conservation in Action.
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