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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 28 de março de 2024

Igreja de São Miguel, Palácios. Guardião Celeste é “Fonte de Encanto” em Terras da Lombada!

 Inserida no Parque Natural de Montesinho, 15 km a Noroeste de Bragança, a aldeia de Palácios pertence desde 2013 à União das Freguesias de São Julião de Palácios e Deilão, juntamente com Caravela, Vila Meã e Petisqueira. Freguesia de Paços, assim denominada nas Inquirições de D. Afonso III (1258), com herdades agregadas ao Mosteiro do Castro de Avelãs, teve a Casa de Bragança por donatária a partir do século XV.



Com a criação da Diocese de Miranda em 1545, o padroado da Igreja passou a pertencer “in solidum” ao Cabido. Seiscentista, a Igreja situa-se no meio da aldeia, delimitada por adro. Tinha então duas naves, o altar-mor dedicado a São Miguel e os altares laterais de Nossa Senhora do Rosário, no lado do evangelho, e de Santa Cruz, no da epístola. Atualmente é de nave única, o frontispício, com portal de verga reta, é cego, truncado por campanário com dupla sineira, resguardado por telheiro, a terminar em empena e encimado por cruz latina. O acesso é feito por escadas adossadas à fachada lateral esquerda. A fachada lateral direita tem portal também de verga reta protegido por alpendre.
A nave é sóbria, com piso em mosaico, paredes rebocadas e pintadas de branco e teto de madeira em forma de berço, com tirantes transversais. Contém coro-alto balaustrado, a que se acede por escadas do lado da epístola, compartimento de batistério no do evangelho e um distinto púlpito, de acesso através da sacristia. A guarda é balaustrada e apoia-se em plataforma de granito escalonada em pirâmide invertida sobre mísula, de pinturas policromadas. Está encimado por robusto e estético dossel, com pomba do Espírito Santo dourada ao centro. Relativamente aos altares laterais, em estilo rocaille, confrontantes e gémeos, verifica-se mudança na sua dedicação: Sagrado Coração de Jesus no lado do evangelho; Nossa Senhora de Fátima na epístola.
Os retábulos, policromados e de eixo único, são definidos por pilastras exteriores, de cor rosa a marmoreado fingido, e colunas interiores de fuste liso, cor verde e concheados dourados, e capitel coríntio. O nicho que acolhe as imagens, com painel costeiro liso e pintado, apresenta moldura almofadada e recortada. É coroado por espaldar concheado e volutado, “amparado” por duas figuras angélicas seminuas. O arco triunfal, de granito e em arco de volta perfeita assente sobre impostas salientes, franqueia a capela-mor, mais estreita que a nave. O teto é forrado a madeira pintada de azul, com decoração floral e cartela central. A mesa em uso nas celebrações é em forma de urna, pintada a rosa e verde e decoração vegetalista a dourado, e a do altar paralelepipédica, com cartelas douradas no frontal. O retábulo foi encomendado em 1767 ao mestre entalhador Francisco Xavier Machado, da Quinta de Veigas, pelo Cónego diocesano Simão Coelho e por Miguel de Novais, procurador do 5.º Visconde de Barbacena e Comendador de São Julião, Francisco Vicente Xavier Furtado de Castro do Rio de Mendonça. É um precioso exemplar rocaille de talha policromada e três eixos, profusamente decorado por concheados relevados a dourado.
As pilastras interiores, onde assenta arco de volta perfeita moldurado, enquadram a tribuna. De vão profundo, expõe o Orago São Miguel Arcanjo, príncipe celeste que defende o trono de Deus, em majestoso trono escalonado. O painel costeiro é pintado de azul com floreados e o intradorso apainelado. Quatro colunas de fuste liso a marmoreado fingido com concheados e capitel coríntio definem os nichos laterais, com São José e Santo António, com o Menino, sobre peanha. Das colunas interiores emerge arquivolta.
O ático dá ideia de cortina de camarim, com duas volutas, cartelas concheadas e festão superior. Qui ut Deus! 
Errata: Na Igreja anterior, por lapso referiu-se Calvelhe a Norte e não a Sul do concelho.

Susana Cipriano e Abílio Lousada

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